O dólar fechou o primeiro pregão de dezembro em forte alta, pressionada pelo cenário político conturbado e por incertezas no cenário externo. A valorização de mais de dois por cento desta quinta-feira foi a maior alta mensal desde setembro de 2015 e atingiu o maior valor de fechamento desde 16 de junho deste ano, quando o dólar havia fechado a R$ 3,47.
Dólar Hoje
O dólar subiu 2,40% ante o real nesta quinta-feira, 01 de dezembro de 2016, negociado a R$ 3,4670 para compra e a R$ 3,4685 para venda.
Dólar em Dezembro
No mês de dezembro, após apenas um pregão, a moeda norte-americana acumula uma valorização de 2,40%. São um pregão de alta contra nenhum de baixa. No último pregão de novembro, o dólar fechou cotado a R$ 3,3858 para compra e a R$ 3,3873 para venda.
Dólar em 2016
Em 2016, após duzentos e vinte e nove pregões, o dólar acumula uma queda de 12,15% ante o real. São cento e quatro pregões de alta contra cento e vinte e cinco de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.
Cenário Internacional
Outro fator de preocupação era o Fed (Federal Reserve), banco central norte-americano, que se reunirá neste mês para definir o rumo da taxa de juros. A expectativa do mercado é de alta dos juros.
Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil.
Pesquisa Reuters mostrou que a incerteza sobre o futuro do câmbio no Brasil e na América Latina disparou após a eleição de Donald Trump para a Presidência dos EUA, com chances de mais valorização do dólar nos próximos meses.
Cenário Nacional
No cenário interno, os investidores demonstraram muita preocupação com a política brasileira, depois da tentativa frustrada do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de aprovar urgência para votar o texto das dez medidas anticorrupção e que foram alvos de críticas pelo Ministério Público.
Renan Calheiros será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, por crime de falsidade ideológica, uso de documento falso e peculato.
A situação política mais sensível preocupa os investidores porque pode atrapalhar a votação de importantes medidas econômicas no Congresso Nacional.
Banco Central
Pela sétima sessão consecutiva, o Banco Central (BC) brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio.
Na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano. É a segunda redução seguida da taxa.
A apreensão com a fuga de investimentos do Brasil para os EUA aumentou após o BC brasileiro reduzir os juros por aqui – o que torna, de maneira geral, os rendimentos menos atrativos.