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Assim como Trump, mercados aguardam ansiosamente a sexta-feira

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Os investidores redobram a cautela nesta véspera da posse do presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump. A expectativa pelo discurso dele ao receber o cargo de Barack Obama aumenta a apreensão nos mercados financeiros, em meio à ausência de pistas sobre quais serão as ações do republicano assim que assumir o governo.

Ontem, ele postou uma foto no Twitter sobre o momento em que escrevia seu “discurso inaugural” na Casa Branca de inverno, em Mar-a-Lago, três semanas atrás, e disse que aguarda ansiosamente a sexta-feira. Mas enquanto Trump não fala para o mundo, o mercado financeiro digere o discurso mais duro (“hawkish”) de Yellen, ontem à noite.

A presidente do Federal Reserve afirmou que a economia norte-americana está forte o suficiente para suportar taxas de juros mais elevadas, o que sustenta os ganhos do dólar em relação aos rivais e impulsiona o rendimento (yield) dos títulos norte-americanos (Treasuries). Os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água, com ligeiro viés de alta.

Logo cedo, o Dollar Index estava estável, com a moeda perdendo terreno para o xará australiano, enquanto a libra esterlina e o iene mediam forças. Já o peso mexicano e o dólar canadense recuam, ainda ecoando a declaração do escolhido por Trump para comandar o Departamento do Comércio, Wilbur Ross, de que uma renegociação do Nafta (Tratado norte-americano de Livre Comércio) será prioridade.

Nos bônus, o yield do título de 10 anos dos EUA (T-note) registrou o maior avanço em quase um mês, após Yellen afirmar que a economia norte-americana está “perto” dos objetivos centrais do Fed – em relação ao pleno emprego e à taxa de inflação de 2% – e que ela está confiante de que o cenário no país continuará melhorando. Segundo ela, o Fed está pronto para elevar o custo do empréstimo se a economia continuar se fortalecendo.

Agora, os investidores aguardam a decisão do Banco Central Europeu (BCE), às 10h45, que será seguida de uma entrevista coletiva do presidente da instituição, Mario Draghi (11h30). Ainda assim, não se espera nenhuma novidade vinda desse evento, uma vez que o mercado já sabe que os estímulos na região da moeda única irão continuar até o fim deste ano, com o volume sendo menor a partir de abril.

As principais bolsas europeias seguem a direção lateral e mista observada em Wall Street e na Ásia. Por lá, enquanto Xangai caiu 0,4%, à espera dos números de atividade, que serão conhecidos amanhã, Tóquio subiu 0,9%, monitorando de perto o vaivém no iene. Hong Kong também ficou no vermelho, mas Seul subiu 0,1%.

Nas commodities, o petróleo se recupera, após registrar a maior queda em uma semana, à espera dos estoques semanais norte-americanos de petróleo bruto e derivados (14h). Nos metais, o precioso ouro cai pelo segundo dia seguido, devolvendo parte dos ganhos acumulados nas sete sessões anteriores, enquanto o básico cobre avança.

O comportamento dos ativos no exterior mostra o quanto os investidores estão divididos entre os comentários de autoridades econômicas e políticas nos EUA, em meio às incertezas sobre quais serão os próximos passos a serem adotados pelos líderes da maior economia do mundo. O tom de Yellen ampliou as expectativas por um aperto monetário em março, mas a condução do processo vai depender muito do que Trump fizer.

Desde que foi eleito, em novembro, Trump não definiu quais serão as políticas a serem adotadas enquanto estiver na Casa Branca e se esforçou mais em manter o tom de campanha em suas declarações do que se tornar presidenciável. Daí a ansiedade para a posse e o discurso dele, que devem ser acompanhados de grandes protestos nos EUA.

Se o cenário de campanha se confirmar, o dinheiro aplicado em países emergentes, como o Brasil, poderá mudar de direção e seguir rumo aos EUA. Isso porque o viés fiscal expansionista do republicano, com promessas de cortes de impostos e gastos em infraestrutura, eleva as chances de um aperto monetário mais forte pelo Fed.

E o cenário de juros norte-americanos mais elevados em 2017 torna o ambiente menos favorável ao risco, o que também se reflete em um dólar forte. Ciente disso, o Banco Central elevou a oferta de contratos de swap cambial, a fim de conter uma valorização acentuada da moeda norte-americana em relação ao real.

Ontem, porém, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que um nível mais alto da moeda norte-americana não preocupa. Nem a ele nem ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Para Ilan, a tendência de fortalecimento do dólar não se deve apenas à perspectiva de alta nos juros promovida pelo Fed, mas também às previsões de maior crescimento global e de recuperação das commodities, o que ajudaria na recuperação da economia doméstica.

Ele só não explica como o preço das matérias-primas irá melhorar se o dólar estiver forte. Afinal, o barril do petróleo WTI bateu US$ 100 há alguns anos, quando a moeda norte-americana valia “peanuts” no mundo. O boom das commodities, na esteira da eclosão da crise de 2008, também só ocorreu por causa da maxidesvalorização do dólar em reflexo dos programas de relaxamento quantitativo (QE) do Fed.

Da mesma forma, o ministro Meirelles apenas indicou que o governo irá revisar a previsão de crescimento da economia brasileira em 2017, mas deixou nas entrelinhas se o número será maior ou menor que o 1% de alta estimada atualmente. Após a piora na projeção do FMI, não restam dúvidas que será uma estimativa de expansão bem mais fraca, perto de zero.

Mas Meirelles e Ilan sabem que o importante é calibrar as expectativas dos investidores em relação ao Brasil. Nos bastidores, porém, ninguém acredita em conto de fadas e permanecem as dúvidas sobre se o país vai ou não sair da recessão e se as incertezas no âmbito político foram sanadas de modo a permitir um crescimento econômico já em 2017.

Sem novidades na Lava Jato em meio ao recesso no Judiciário, os holofotes podem se voltar às investigações com a divulgação da delação da Odebrecht, em fevereiro, que deve envolver vários ministros e o próprio presidente Michel Temer. Além disso, ainda se especulam novas delações, como a de executivos da Camargo Corrêa e do ex-deputado Eduardo Cunha.

O desequilíbrio das contas públicas e a crise nos presídios também continuam no noticiário, com ambos os cenários em ponto de ebulição. Sem novidade também no processo de redução da taxa básica de juros, após Ilan afirmar, também em Davos, que a Selic entrou em um novo ritmo de cortes, a doses de 0,75 ponto percentual, esfriou-se a expectativa pela prévia da inflação ao consumidor no Brasil, a ser divulgada hoje (9h).

O IPCA-15 deve ganhar força subir 0,45% em janeiro ante alta de 0,19% em dezembro. Ainda assim, se confirmado, será o menor resultado para o mês desde 2009 (+0,40%). Com isso, a taxa acumulada nos últimos 12 meses deve desacelerar e subir 6,05%, de 6,58% no período até o mês passado.

Antes, às 8h, sai a segunda prévia de janeiro do IGP-M. No EUA, às 11h30, saem dados do setor imobiliário em dezembro, a atividade na região da Filadélfia em janeiro e os pedidos semanais de auxílio-desemprego.

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