As tarifas dos ônibus urbanos, que subiram 2,84%, lideraram o ranking dos principais impactos individuais sobre a alta de 0,38% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de janeiro de 2017. O impacto do aumento das tarifas de ônibus sobre o índice mensal foi de 0,07 ponto percentual. Importante na despesa do consumidor, os ônibus urbanos têm expressiva participação de 2,61% na formação do IPCA. Com isto, o grupo transportes apresentou a mais elevada variação dentre os grupos de itens que participam da composição do indicador.
Das 13 regiões pesquisadas, as tarifas dos ônibus urbanos ficaram mais caras em oito, especialmente em Brasília (14,75%) e Vitória (15,19%). Em Brasília, o reajuste de 25% vigorou de 02 a 18 de janeiro, quando foi interrompido e retornou à tarifa anterior por decisão da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A partir do dia 28 de janeiro o reajuste de 25,00% voltou a ser aplicado.
Ocorreu reajuste, também, nas tarifas dos ônibus intermunicipais em quatro regiões. Na região metropolitana de São Paulo, o reajuste de 6,65% concedido pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) aos ônibus intermunicipais vigorou de 08 a 11 de janeiro, com suspensão a partir do dia 12. Tal reajuste não voltou a ser aplicado no período de referência do índice.
Os combustíveis (1,28%) também pressionaram as despesas com transporte, já que o litro do etanol subiu 3,10%, com destaque para Campo Grande (6,12%), enquanto o litro da gasolina subiu 0,84%. Mesmo assim, transporte, apesar da variação de grupo mais elevada, apresentou forte desaceleração na taxa de crescimento de preços de dezembro para janeiro, ao passar de 1,11% para 0,77%. Isto se deve, principalmente, às passagens aéreas, que passaram de 26,29% em dezembro para -7,36% em janeiro.
Por outro lado, os grupos alimentação e bebidas, que foram de 0,08% para 0,35%, e habitação, de -0,59% para 0,17%, mostraram significativa aceleração, contribuindo para elevar o IPCA de um mês para o outro. No primeiro, a alimentação consumida fora de casa passou de 0,33% para 0,69%, sendo que os alimentos para consumo em casa foram de -0,05% para 0,17%.
Nos alimentos, alguns ficaram bem mais baratos, a exemplo do feijão-carioca (-13,58%), enquanto outros, como o óleo de soja (7,66%), subiram.
No grupo habitação, a queda nas contas de energia elétrica foi menos intensa. Em dezembro, as contas ficaram 3,70% mais baratas, o principal impacto para baixo. Isto devido ao fim da cobrança do adicional de R$1,50 referente à bandeira amarela. Em janeiro, a queda foi de 0,60% e se deve à redução do PIS/COFINS na maioria das regiões pesquisadas. Do lado das altas, destaca-se, em habitação, a taxa de água e esgoto, cuja variação de 0,61% se refere a Campo Grande (7,37%), onde ocorreu reajuste de 8,42% em 03 de janeiro, e ao Rio de Janeiro (5,12%), com reajuste de 7,13% em primeiro de janeiro.
Nos demais grupos sobressaem, em alta, os seguintes itens: excursão (2,51%), leitura (2,27%) e telefone celular (1,67%).
Os artigos de residência (-0,10%) e de vestuário (-0,36%) foram os dois grupos que apresentaram queda no índice do mês.
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Variação em Janeiro de 2017 dos principais grupos de produtos e serviços que compõem a pesquisa de preços do IPCA.
Confira abaixo a variação mensal, a variação acumulada anual e a variação acumulada nos últimos doze meses dos preços médios dos principais grupos de produtos e serviços aferidos pela pesquisa do IBGE para o cálculo do IPCA de janeiro de 2017.
Mês (%) | Ano (%) | 12 Meses (%) | |
Alimentação e Bebidas | -0,36 | -0,36 | 3,42 |
Artigos de Residência | 0,38 | 0,38 | 5,35 |
Comunicação | 0,35 | 0,35 | 6,57 |
Despesas Pessoais | -0,10 | -0,10 | 2,85 |
Educação | 0,63 | 0,63 | 1,69 |
Habitação | 0,45 | 0,45 | 7,21 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,29 | 0,29 | 8,84 |
Transportes | 0,17 | 0,17 | 2,20 |
Vestuário | 0,55 | 0,55 | 10,76 |
Total | 0,77 | 0,77 | 3,19 |