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Comércio Varejista no Brasil: Sete atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram retração anual em Fevereiro de 2017

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Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do comércio varejista apresentou recuo de 3,2%, vigésima terceira taxa negativa seguida. Dentre as atividades do varejo, sete registraram variações negativas, por ordem de contribuição à taxa global, sendo elas: Combustíveis e lubrificantes (-8,5%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,7%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-5,1%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%); Móveis e eletrodomésticos (-3,4%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-11,9%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,0%). A atividade com desempenho positivo, em relação o mesmo mês do ano anterior, foi Tecidos, vestuário e calçados, com taxa de 3,6%.

A atividade de Combustíveis e lubrificantes, com – 8,5% de variação do volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano anterior, foi responsável pelo maior impacto negativo na formação do resultado global. Esta atividade vem apresentando queda desde janeiro de 2015, mesmo com os preços deste setor em trajetória declinante. No acumulado 12 meses, os preços encontram-se abaixo da média geral do setor (0,9% frente a 4,8% do índice geral, segundo IPCA). No acumulado do ano a taxa deste segmento foi de -7,2% e nos últimos 12 meses o recuo foi de -8,9%.

Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, joalheria, artigos esportivos e brinquedos, recuou 7,7% na comparação com fevereiro de 2016, décimo nono negativo consecutivo, situando-se abaixo da média global para o varejo (-3,2%). Com o desempenho de fevereiro, esse setor exerceu a segunda maior influência negativa sobre a taxa global. A taxa acumulada nos dois primeiros meses do ano foi de -5,2% e, para os últimos 12 meses foi de -8,3%.

O volume de vendas do segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticosapresentou queda de 5,1% em relação a fevereiro de 2016. Vale destacar que, embora com caráter de uso essencial, este setor registrou, em fevereiro de 2017, a décima primeira taxa negativa consecutiva, mantendo-se em trajetória descendente desde abril de 2016, período que inicia os reajustes dos preços do setor. Os preços dos produtos farmacêuticos, segundo o IPCA, em 12 meses subiram 12,7% contra 4,8% do índice geral. A taxa acumulada no bimestre foi de -3,6% e a em doze meses foi de -3,1%.

O setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com redução de -0,3% no volume de vendas sobre fevereiro de 2016, foi a atividade que exerceu o quarto impacto negativo no desempenho global do varejo. Nos dois primeiros meses do ano, este setor não registrou acúmulo na taxa (0,0%) e nos últimos doze meses a queda foi de 2,5%. O desempenho da atividade ficou acima do registrado pelo varejo (-3,2) em todas as comparações. O resultado deste segmento sofre influência direto da massa de rendimento médio real habitual dos trabalhadores e da taxa de desocupação. Esta primeira, segundo a PNAD contínua, apresentou estabilidade no trimestre móvel de dez-jan-fev/17, frente ao mesmo trimestre do ano anterior. A mesma fonte registrou que a taxa de desocupação sofreu elevação de 2,9 pontos percentuais no mesmo período.

O segmento de Móveis e eletrodomésticos registrou variação de -3,4% no volume de vendas em relação a fevereiro do ano passado. Os resultados da atividade em termos de acumulados nos dois primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses foram de 0,5% e -9,5%, respectivamente.

A atividade de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com queda de -11,9% no volume de vendas em comparação com igual mês do ano anterior, registrou o vigésimo recuo consecutivo nessa comparação. Em relação aos resultados acumulados, observou-se queda de -9,3% nos dois primeiros meses do ano e recuo de -10,3% nos últimos doze meses. Esta atividade sofre influência do comportamento da massa de rendimento habitual real da população e da taxa de desocupação dos trabalhadores. Logo, quando a primeira passou a registrar queda e a taxa de ocupação começou a gerar incrementos, a revenda destes produtos foi afetada, pois trata-se da venda de bens duráveis que não necessitam de constante reposição, além de serem não essenciais.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação no volume de vendas de -7,0% sobre fevereiro de 2016, sendo a trigésima sétima queda consecutiva deste setor. A revenda deste tipo de produto além de sofrer influência da diminuição dos rendimentos reais da população, também está sendo afetado, em especial no que tange a livros, jornais e revistas, por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico. As taxa acumulada no ano e em 12 meses foram: -8,5% e -14,8%, respectivamente.

O grupamento de Tecidos, vestuário e calçados, avançou 3,6%na comparação com fevereiro de 2016, interrompendo os resultados negativos de vinte e seis meses consecutivos e situando-se acima da média global para o varejo (-3,2%). A taxa acumulada no bimestre foi de 1,2% e para os últimos 12 meses foi de -9,2%. O resultado positivo desta atividade sofreu influência dos preços dos artigos de vestuário, que em 12 meses subiu 3,0% contra 4,8% do índice geral (segundo o IPCA) e das promoções de queima de estoque do verão, por partes das lojas revendedoras deste tipo de produto.

O comércio varejista ampliado, que agrega o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peçase de Material de construção, registrou em relação ao mês anterior (com ajuste sazonal) aumento para o volume de vendas e para a receita nominal, com taxas de 1,4% e 1,0%, respectivamente. Em comparação ao mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de -4,2% para o volume de vendas e de -1,7% para a receita nominal. No volume de vendas, as taxas acumuladas foram de -2,1% no ano e de -7,5% nos últimos 12 meses, e para a receita nominal os mesmos indicadores apresentaram variações de 0,8% e -0,3%, respectivamente.

O desempenho do setor reflete, sobretudo, o comportamento das vendas de Veículos, motos, partes e peças, que apresentou, para o volume de vendas, taxa de 0,1% sobre janeiro de 2017 com ajuste sazonal, sendo a terceira taxa positiva consecutiva. Já na comparação com fevereiro de 2016, a taxa foi de -13,6%, permanecendo negativa pelo trigésimo sexto mês consecutivo. Em termos acumulados, as variações foram: -8,5% nos dois primeiros meses e -13,1% nos últimos 12 meses. A queda das vendas para este segmento está associada ao menor ritmo da atividade econômica, além de outros fatores tais como, menor ritmo na oferta de crédito(1) e restrição orçamentária das famílias.

Quanto ao segmento de Material de construção, que exerce menor peso na estrutura do varejo ampliado, as variações para o volume de vendas (ajustadas sazonalmente,) na passagem de janeiro para fevereiro de 2017, foram de -1,3% sobre o mês anterior, voltando a ser negativa, depois de três meses consecutivos positivos. Em relação a fevereiro de 2016, a variação no volume de vendas foi de -2,0%. As variações acumuladas foram de 1,4% no bimestre e de -8,2 nos últimos doze meses. O desempenho desta atividade também sofre influência do menor ritmo da oferta de crédito e da restrição do orçamento das famílias.

Clique aqui para saber mais detalhes sobre a Pesquisa Mensal do Comércio realizada em fevereiro de 2017.

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