Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Não adianta culpar só a economia

LinkedIn

É muito fácil falar que todo problema de rentabilidade das empresas está somente relacionado à conjuntura econômica desfavorável, crise política etc. Agora em que o momento é de retomada, as mazelas se tornam mais evidentes. Ainda mais diante do crescente interesse de investidores estrangeiros em aportar recursos aqui. O despreparo ocorre desde compliance e governança a, pasme, controles básicos como a contabilidade.

De acordo com o levantamento realizado pela Okto Finance, consultoria especializada em operações de fusões e aquisições (M&A), mais da metade dos processos deste tipo (55%) morre durante a fase de diligência (due diligence) ou logo depois, em consequência de informações obtidas durante a análise. Neste período, o comprador avalia se os dados fornecidos pelos dirigentes da empresa são realmente fidedignos.

A pesquisa, que abrangeu 150 investidores, apontou que 55% das operações acabam em desistência por problemas como a registros contábeis errôneos, questões fiscais e trabalhistas e até a falta de contratos formais. “Em muitos casos, os vendedores julgam que alguns problemas são irrelevantes e acham que poderão ser acomodados nas etapas finais do processo”, explica o especialista em M&A e diretor da Okto Finance, David Denton.

A contabilidade é apontada pelos investidores como a maior responsável pelas desistências durante a diligência (52%). “Muitos esqueletos tendem a aparecer nesta fase. Já tivemos casos em que o contador lançou despesas operacionais como despesas financeiras. Isto provocou o cálculo de um Ebitda errado. Quando isso foi revelado, a negociação tornou-se inviável. Nenhum investidor gosta de ser surpreendido na Due Diligence por fatos negativos que não foram apresentados durante a negociação, que sempre é longa”, diz.

Dentre os problemas da contabilidade enumerados pelos investidores entrevistados, além dos lançamentos equivocados, estão a falta de registro de operações, passivos trabalhistas e fiscais e ausência de contratos formais. “Vemos poucas empresas que têm uma contabilidade organizada e, sem números claros, o negócio não fecha. Isso acontece mesmo com empresas maiores, com faturamento superior a R$ 100 milhões”, explica Denton.

A economia, que nos últimos anos foi apontada como a grande vilã, acaba sendo um fator secundário neste sentido. Apesar da forte queda do PIB e dos altos e baixos, o cenário macroeconômico responde por pouco mais de 12% das desistências.

Ainda são enumeradas pela pesquisa questões como a composição da carteira de clientes, desistência do devedor e problemas societários. “Esse processo inicial é a fase em que todas as qualidades são enaltecidas e profundamente exploradas. O vendedor sempre acha que o comprador não vai desistir depois de tanto trabalho e tanta negociação, e que os pontos positivos vão suplantar aqueles pequenos problemas”, diz Denton.

A falta de controles e governança corporativa afeta todos os tamanhos de empresas até mesmo as de capital aberto, vide o caso da BRF, e também prejudica o desempenho do mercado financeiro. Em entrevista à Revista RI, que na edição de março completa 20 anos, o presidente da Amec, Mauro Cunha, explica que os IPOs no Brasil ocorrem apenas em janelas de oportunidade, o que não é saudável. “O apressamento em abrir o capital gera a governança superficial. Este é um dos motivos de o mercado se desenvolver menos do que deveria”, afirmou.

Segundo os dados apresentados na reportagem da RI, hoje existem somente 344 empresas listadas na B3. O número era superior a 500 em 1998. Em economias de tamanho similar à brasileira, o número fica na casa dos milhares e uma conta simples mostra como o mercado é atrofiado. Segundo a Econodata, das mais de 21 milhões de empresas nacionais, cerca de 95% são de pequeno porte, ou seja, mais de um milhão exibe tamanho razoável. Se 1% deste total tivesse acesso mais fácil ao mercado, o Brasil teria ao redor de 10 mil companhias abertas listadas. Culpar a economia é fácil. Difícil é arrumar a casa para obter aportes de investimentos e crescer.

Deixe um comentário

Seu Histórico Recente
BOV
VALE5
Vale PNA
BOV
IBOV
iBovespa
BOV
PETR4
Petrobras
BOV
IGBR3
IGB SA
FX
USDBRL
Dólar EUA ..
Ações já vistas aparecerão nesta caixa, facilitando a volta para cotações pesquisadas anteriormente.

Registre-se agora para criar sua própria lista de ações customizada.

Faça o login em ADVFN
Registrar agora

Ao acessar os serviços da ADVFN você estará de acordo com os Termos e Condições

Support: (11) 4950 5808 | suporte@advfn.com.br

V: D: 20231004 01:12:18