Em disparada: o que esperar do dólar até as eleições

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A volatilidade pré-eleição é um aspecto conhecido do investidor brasileiro e, de certa forma, precificada pelo mercado financeiro. Neste contexto, apesar de o dólar estar mantendo o patamar de R$ 4 – a R$ 4,14 no fechamento de terça-feira, 28/08 – para os analistas consultados para o Boletim Focus, a perspectiva é de um recuo até o final do ano, resultando em um câmbio de R$ 3,75, que se manteria estável a R$ 3,70 em 2019.

Há casas, no entanto, que projetam um cenário bem diferente. Em relatório publicado recentemente, o Bank of America Merrill Lynch afirmou que o dólar pode atingir a cotação de R$ 5,50 no próximo ano, e traçou dois cenários possíveis para o pós-eleições.

Do lado positivo, o banco visualiza um cenário de reformas, com foco na previdenciária, com um governo com alta governabilidade. Diante desse quadro, o PIB cresceria 1,8% neste ano e 4% em 2019. O cenário mais grave, no entanto, aponta para um governo distante do mercado financeiro, elevando as incertezas e contribuindo para a deterioração das condições para recuperação econômica do país. Nesse caso, a perspectiva é de um PIB a 0,8% neste ano e uma queda de 1% em 2019. Até essa definição, a casa aponta um crescimento do ruído político associado ao ciclo eleitoral, adicionando riscos ao processo de retomada econômica.

 Dólar tende a subir mais

O assessor de investimentos Rafael Pacheco, sócio da Monte Bravo, afiliada à XP Investimentos, comenta o cenário eleitoral com o que é possível de se ver hoje, considerando que as pesquisas de intenção de voto continuem mostrando os candidatos Henrique Meirelles e Geraldo Alckmin – pró-mercado – estagnado.

“Provavelmente, o mercado financeiro deverá ver isso como um sinal ruim, pois coloca em risco a aprovação das reformas da previdência e fiscal”.

Sócio da corretora de câmbio Onnix, Vanderlei Muniz vê poucas amarras para que o dólar siga uma trajetória de alta até que os brasileiros vão às urnas escolher o próximo presidente. Nesta quarta-feira (29), a moeda já abria em R$ 4,16, e com viés de alta para os próximos dias.

“Os candidatos que se mantém muito à frente nas pesquisas não têm a simpatia do mercado. Este efeito é ainda mais intenso no investidor estrangeiro, que tem tirado seus recursos do país. Em uma ocasião em que o ex-presidente Lula seja autorizado pela Justiça Eleitoral a concorrer, aí haverá um cenário de escalada ainda maior na moeda”, afirma Muniz.

Ele projeta que, caso Meirelles e Alckmin não reajam nas pesquisas, nas próximas três semanas a moeda americana ultrapassará a marca de R$ 4,30.

“O Banco Central segue de mãos atadas, com atuações muito discretas no câmbio, aparentemente receoso de o mercado interpretar como intervencionismo a realização maior de leilões. A questão é que esta escalada do dólar não é boa para nossa economia, que depende muito das importações e vai acabar sofrendo com inflação”, aponta Muniz.

Além disso, Pacheco observa que, embora o dólar tenda a cair após o estresse eleitoral, há diversas questões externas pressionando as moedas dos países emergentes, como um todo. A guerra comercial dos Estados Unidos com a China e as medidas do presidente americano Donald Trump para atrair dólares ao seu país, com incentivos à indústria e elevações nas taxas de juros, é um dos fatores mais resistentes a uma redução na cotação.

“Isso torna posições vendidas em dólar bastante arriscadas, mesmo em um desfecho eleitoral favorável”, afirma.

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