A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) determinou que a vacina contra o coronavírus AstraZeneca (NASDAQ:AZN) é segura e eficaz, apesar de algumas preocupações sobre os possíveis efeitos colaterais.
O anúncio ocorre na quinta-feira (18) depois que mais de uma dúzia de países da UE suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca, que foi desenvolvida com a Universidade de Oxford, após cerca de 30 casos de coágulos sanguíneos. Alguns outros países pararam de usar lotes individuais da vacina.
A EMA disse quinta-feira que os benefícios da vacina superam os riscos. Ele não encontrou problemas de lote ou de qualidade com a vacina, embora não tenha sido capaz de descartar definitivamente uma ligação com os incidentes de coágulo sanguíneo.
“Esta é uma vacina segura e eficaz”, disse o Diretor Executivo da EMA, Emer Cooke, em uma coletiva de imprensa.
“Seus benefícios em proteger as pessoas da Covid-19 com os riscos associados de morte e hospitalização superam os possíveis riscos. O comitê também concluiu que a vacina não está associada a um aumento no risco geral de eventos tromboembólicos ou coágulos sanguíneos. Ainda não podemos descartar uma ligação definitiva entre esses casos e a vacina”.
O regulador disse que continuará a estudar possíveis ligações entre coágulos sanguíneos raros e a vacina. Ele também atualizará suas orientações para a vacina para explicar os riscos potenciais.
As suspensões não foram uniformes nos 27 estados membros da União Europeia, com várias nações continuando a implantar a vacina AstraZeneca em suas campanhas de vacinação.
A Áustria foi o primeiro país a suspender o uso de um lote específico de vacinas da AstraZeneca na semana passada, após a morte de uma mulher de 49 anos que havia recebido a vacina.
Seguiram-se relatos de coágulos sanguíneos em outros lugares, embora em um número muito pequeno de indivíduos, o que levou outros chefes a pausar seu uso e aguardar uma nova avaliação da autoridade de saúde da região.
A EMA disse em sua revisão que a vacina pode estar associada a casos muito raros de coágulos sanguíneos associados à trombocitopenia, ou seja, níveis baixos de plaquetas sanguíneas, incluindo casos raros de coágulos nos vasos que drenam sangue do cérebro, conhecidos como CVST.
A vacina da AstraZeneca está sendo usada no Reino Unido e no Brasil, e ainda não foi aprovada pelas autoridades dos Estados Unidos.
Os benefícios ‘superam seus riscos’
A Organização Mundial de Saúde disse na quarta-feira que “a vacinação contra Covid-19 não reduzirá doenças ou mortes por outras causas. Eventos tromboembólicos são conhecidos por ocorrerem com frequência”.
Além disso, a OMS disse que a reação de alguns países da UE mostrou que “o sistema de vigilância funciona e que controles eficazes estão em vigor”. No entanto, a instituição reiterou que acredita que “os benefícios da vacina AstraZeneca superam seus riscos e recomenda que as vacinações continuem”.
O regulador de medicamentos do Reino Unido também disse na quinta-feira que as pessoas devem continuar a receber a injeção AstraZeneca.
Alguns especialistas em saúde levantaram preocupações mais amplas sobre a pausa no uso desta vacina. Falando no início desta semana, Cooke do EMA disse que a instituição estava preocupada que as suspensões pudessem afetar a confiança das pessoas nas vacinas.
As recentes preocupações com os efeitos colaterais seguem a incerteza de alguns países da UE sobre uma suposta falta de dados sobre a eficácia da vacina AstraZeneca para populações idosas. Posteriormente, esses países decidiram prosseguir com o uso da vacina para vacinas, no entanto.
Situação na Europa ‘piorando’
A distribuição de vacinas é crucial tanto do ponto de vista sanitário quanto econômico na Europa.
Falando na quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse: “A situação epidemiológica está piorando”.
“Vemos a crista de uma terceira onda se formando nos Estados membros e sabemos que precisamos acelerar as taxas de vacinação”, acrescentou.
A UE pretende inocular 70% de sua população adulta até o final do verão europeu.
Dados apresentados na quarta-feira sugeriram que o bloco está no caminho certo para atingir essa meta, presumindo que as empresas farmacêuticas respeitem seus contratos de entrega nos próximos três meses e que os estados membros tenham sucesso em usá-los.
A AstraZeneca também é negociada na B3 através da BDR (BOV:A1ZN34).
Na quinta-feira, as ações da A1ZN34 fecharam em queda de -1,4% a um último preço de R$ 45,88 reais.
(Com CNBC)