A Suzano e a Klabin adquiriram novos ativos florestais no Brasil e, pelo valor das transações, o Morgan Stanley calcula que o preço pago pela Klabin foi muito superior.
Em relatório publicado nesta quinta-feira (4) sobre as aquisições, realizadas no fim do ano passado, o banco americano pontua que a Klabin teria pago um valor muito maior não somente pelo valor absoluto da transação (R$ 68 por hectare ante R$ 37 por hectare na transação da Suzano) mas também considerando o valor do preço da terra sem a madeira. A hipótese do banco é que a diferença pode ser explicada por diferenças regionais nos preços da terra.
“Existe uma diferença significativa nos preços da terra entre as regiões no Brasil, o que pode explicar em parte a discrepância de valoração de ambas as transações recentes de ativos florestais. Além disso, além da madeira em pé e das diferenças regionais nos preços da terra, observamos que o valor dos ativos florestais também pode ser diferente devido a investimentos em infraestrutura e outros (estradas, acesso a rodovias, etc.)”, afirma o banco.
A particularidade envolvida na aquisição da Klabin (BOV:KLBN11) é a presença de madeira em pé, que tem impacto significativo no preço implícito da terra. A companhia informou que, da operação de cerca de R$ 5,8 bilhões, R$ 2,8 bilhões seriam atribuídos à terra e R$ 3 bilhões à madeira. Ainda assim, mesmo que descontado o valor da madeira informado pela companhia, a transação cairia para R$ 33 mil por hectare.
No caso da Suzano, o valor da madeira não foi informado, então não há como realizar o cálculo com exatidão. Os analistas do Morgan Stanley estimaram que, descontando o valor presente da madeira na operação, o valor pago seria de cerca de R$ 12 a 23 mil por hectare.
A terra adquirida em 21 de dezembro pela Klabin fica no estado do Paraná e pretende abastecer o projeto Puma II. A transação de US$ 1,16 bilhão inclui 31,5 milhões de toneladas de madeira em pé e vários blocos de terra distribuídos pelos estados do Paraná e São Paulo, totalizando uma área total de 150 mil hectares, dos quais 85 mil hectares são considerados produtivos.
A Suzano (BOV:SUZB3) realizou a aquisição em 23 de dezembro, na região Centro-Oeste do Brasil, em uma transação de R$ 1,8 bilhão, em aproximadamente 70 mil hectares de terra, dos quais 50 mil são produtivos.
O Morgan Stanley tem recomendação equalweight (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para ambos os ativos, com preço-alvo de R$ 60 para SUZB3 e de R$ 24 para KLBN11.