A MRV&Co registrou lucro líquido atribuído aos controladores
de R$ 181,1 milhões no segundo trimestre, um aumento de 214,8% na
comparação anual, conforme relatório financeiro.
O lucro da unidade de incorporação no Brasil, principal negócio
do grupo, somou R$ 170 milhões no trimestre encerrado em junho,
77,3% superior ao lucro de R$ 96 milhões apurado no primeiro
trimestre e revertendo prejuízo de 202 milhões de reais do segundo
trimestre de 2022.
A margem bruta da divisão apresentou alta no segundo trimestre,
a 22,1%, de 18,9% no mesmo período do ano anterior. No consolidado,
o indicador ficou em 22,2%.
A receita operacional líquida consolidada do grupo somou R$ 1,83
bilhão no trimestre, enquanto a geração de caixa ficou negativa em
R$ 145 milhões.
As vendas líquidas de incorporação no Brasil somaram R$ 2,2
bilhões em valor geral de vendas (VGV), alta de 49,9% ano a ano. Em
unidades, foram 9,8 mil, recorde trimestral para o segmento.
No desempenho consolidado, as vendas líquidas da MRV&Co
totalizaram R$ 2,6 bilhões em VGV, praticamente estável ante mesmo
período do ano anterior.
Além do negócio de incorporação imobiliária no Brasil, a
MRV&Co também conta com as unidades Urba, de loteamento, Luggo,
de locação, e a norte-americana Resia.
No mês passado, o grupo imobiliário levantou R$ 1 bilhão em uma
oferta subsequente de ações visando a redução de dívida dentro da
operação brasileira.
Os resultados da MRV & Co. (BOV:MRVE3)
referente suas operações do segundo trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 09/08/2023.
Teleconferência
A operação de incorporação nacional da MRV&Co, com as marcas
MRV e Sensia, deve se concentrar em vender mais unidades do que
lançar novos projetos neste ano, afirmou o copresidente Rafael
Menin em teleconferência para comentar os resultados do segundo
trimestre, nesta quinta-feira (10).
Para Rafael Menin, CEO da MRV, em função desse momento de 2021 e
2022, houve queima de caixa pelo grupo. A MRV apresenta neste
momento os resultados do 2T23 a analistas.
Além disso, Rafael Menin, CEO da MRV, está otimista com as novas
regras do Minha Casa Minha Vida e vê o programa como impulsionador
das margens da empresa.
A gente vai continuar precificando; não será na dimensão de
2022, mas vai continuar até o fim do ano. Eduardo Fischer, co-CEO
da MRV, crê que o mercado seguirá absorvendo aumento de preço de
unidades.
Quanto menor a concessão de crédito menor a venda de carteira,
diz CFO. Ricardo Paixão, CFO da MRV, explica a analistas que a
venda de ativos está associado ao interesse da empresa de diminuir
o pró-soluto.
Rafael Menin, CEO da MRV, destaca que a margem bruta também é
mais positiva nessas localidades. O tema sobre maior competividade
no mercado com as novas regras do Minha Casa Minha Vida (MCMV)
voltou a ser tratado em teleconferência de resultados do 2T23 de
player do setor imobiliário. A MRV espera maior competividade em
São Paulo com o novo MCMV.
“O que a gente quer agora é a MRV concentrada de 40 mil unidades
(ano) em 2023, 2024 e 2025, nas praças que escolheu trabalhar, com
a margem mais alta possível”, disse Eduardo Fischer, co-CEO da MRV.
Empresa segue apresentando resultados do 2T23 a analistas.
VISÃO DO MERCADO
Bank of America
A MRV&Co reportou melhorias significativas de margem no
segundo trimestre, ainda em um caminho de recuperação, em meio a
tendências operacionais robustas para construtoras de baixa renda
com mudanças no programa Minha Casa Minha Vida, diz o Bank of
America (BofA), em relatório.
Os analistas Aline Caldeira e Carlos Peyrelongue escrevem que a
MRV&Co deve alcançar o “breakeven” (ponto de equilíbrio) da
margem bruta no segundo semestre, com melhor viabilidade financeira
dentro do programa que enfrenta custos estagnados apoiando as
margens em novas vendas. Segundo eles, o pior lote de
empreendimentos de 2020 e 2021 é atualmente o mais relevante para a
receita e sua conclusão ao longo do ano também deve promover
recuperação de margem.
Daqui para frente, é chave observar o desempenho de vendas ante
repasse de preços, recuperação de margens brutas e portanto geração
de caixa, escrevem os analistas. Eles dizem ainda que os negócios
nos Estados Unidos devem se tornar mais relevantes nas discussões a
partir de agora, à medida que os negócios no Brasil se
recuperem.
O BofA tem recomendação de compra para as ações do MRV&Co,
com preço-alvo de R$ 16,50.
Citi
A MRV&Co teve seus resultados no segundo trimestre
impactados por taxas sobre cancelamentos de projetos, prováveis
aquisições de terrenos antecipadas, nas operações no Brasil, bem
como por um aumento nas despesas com vendas, enquanto Resia teve
números positivos, diz o Citi, em relatório.
Os analistas Andre Mazini, Hugo Soares e Renata Cabral escrevem
que os resultados da subsidiária americana não representam apenas o
lucro bruto de US$ 17,1 milhões da venda de ativos em Pine Ridge,
mas também uma vitória judicial não especificada de US$ 12,8
milhões. Para eles, uma eventual capitalização da Resia é uma opção
significativa assim que o Federal Reserve reduzir as taxas de juros
nos Estados Unidos.
Com relação às operações no Brasil, dizem os analistas, as
margens brutas cresceram, mas vieram abaixo das projeções, com alta
na margem da carteira de pedidos e para novas vendas. Ainda assim,
eles destacam que a MRV deve ter um poder de precificação
significativo, já que o preço máximo do Minha Casa Minha Vida foi
elevado, permitindo alta no tíquete médio.
O Citi tem recomendação de compra para as ações da MRV&Co,
com preço-alvo de R$ 17, potencial de alta de 23,6% ante o
fechamento de ontem na B3.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
MRV ON (BOV:MRVE3)
Gráfico Histórico do Ativo
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