Valid vende 67,5% da sua participação minoritária na Cubic Telecom
05 Dezembro 2023 - 8:37AM
ADVFN News
A Valid se prepara para embolsar 32,1 milhões de euros (R$
171,95 milhões) com a venda de 67,5% da sua participação
minoritária na Cubic Telecom, empresa irlandesa de plataformas de
conectividade. O valor supera em mais de três vezes o investimento
inicial da companhia no negócio, de 10 milhões de euros, feito em
2017.
O comprador é o conglomerado japonês Softbank, que adquiriu, ao
todo, 51% do capital da Cubic, incluindo as fatias de outros
acionistas da empresa, como a Qualcomm e a Cariad, braço de
software da Volkswagen. A Valid (BOV:VLID3) possuía participação de
aproximadamente 6% e, pelo acordo, vai manter a fatia remanescente
no negócio pelos próximos dois anos.
Até lá, a companhia decidirá se vai permanecer ou sair por
completo da investida. A Cubic se apresenta como líder em softwares
de conexões IoT (sigla em inglês para “internet das coisas”) para
veículos automotivos, incluindo máquinas agrícolas. Está presente
em mais de 190 países, com predominância no mercado europeu e 17
milhões de aparelhos conectados, segundo dados disponíveis no site
da empresa. Foi avaliada em 900 milhões de euros na transação com o
Softbank, que vai desembolsar 473 milhões pelo controle do negócio
e ter direitos a três assentos no conselho de administração.
A plataforma da Cubic permite que os fabricantes automotivos
monitorem, gerenciem e atualizem funcionalidades dos veículos
globalmente, por meio de conectividade móvel. Assim, o automóvel
pode ser adaptado, remotamente, aos requisitos regulatórios de
conectividade de cada país ou região onde é comercializado. Com a
aquisição, o Softbank ingressa no segmento de IoT para carros
conectados e abre oportunidade para a Cubic acessar o mercado
asiático.
“Toda expertise que a gente tem no mercado de chips telefônicos,
de sistemas operacionais, de conectividade está e esteve muito à
disposição da Cubic. Mas, agora, para uma escala global dentro de
um único segmento, que é o segmento automotivo, eu de fato preciso
de um outro sócio dentro do cap table para uma expertise que eu não
tenho”, afirmou Ivan Murias, CEO da Valid, ao IM Business.
Segundo ele, a companhia segue confiante na tese da Cubic, dado
que os asiáticos respondem por quase metade do mercado mundial de
carros. “A gente segue acreditando que a parte de chip na
conectividade, com o Iot, é uma combinação que vai ter muitos
desdobramentos e a parte de carros é apenas um caso de uso super
relevante”, diz Murias.
A venda de parte da fatia na Cubic tem a ver com a estratégia da
Valid de priorizar investimentos no Brasil, onde a companhia é
líder em emissões de CNHs (80%) e RGs (60%) e na produção de chips
para cartões de débito e crédito. O objetivo da empresa é crescer,
sobretudo, na frente de identificação digital e combate a fraudes,
em meios de pagamentos, além da digitalização de produtos para
prefeituras e governos.
A companhia também afirma ser a terceira maior fabricante de
chips do mundo, com 10% do market share global nesse segmento.
Leia mais: Dominante nos documentos físicos, Valid não tem medo
da digitalização
A expectativa da Valid é que os recursos com a venda da Cubic
sejam embolsados até a segunda metade do ano que vem. O crescimento
inorgânico por meio de aquisições segue no horizonte, porém a
companhia nega estar em algum processo de negociação no
momento.
“Mas, de fato, a gente tem olhado a perspectiva de fazer alguma
aquisição maior se estiver em um custo aceitável, se tiver uma
diluição razoável para o acionista e se de fato for sinérgica para
o nosso futuro”, diz o CEO.
“Como a gente tem debêntures negociadas no mercado secundário, a
gente consegue perceber que o custo para acessar o capital está
razoável. A gente poderia, a qualquer momento, diante de uma boa
oportunidade, apertar o botão”, complementa. Segundo o executivo,
ainda há muitas empresas que não tem urgência em fechar negócio com
um player estratégico e menos dispostas a aceitar valuations
menores.
A saída parcial da Cubic ocorre quase um ano e meio depois que a
empresa vendeu seus ativos de pagamento e identificação nos Estados
Unidos. Questionado sobre outros ativos que podem ser vendidos
futuramente, Murias destacou que a Valid ainda possui outros
investimentos fora do Brasil, em países como Argentina, Colômbia e
Nigéria.
“Constantemente, eles têm sido objeto de avaliação, para a gente
identificar se continuam sendo prioritários ou não. Se a resposta
for não, vamos avaliar se a hora de se desfazer desses ativos é
agora ou um pouco mais para frente”.
Informações Infomoney
VALID ON (BOV:VLID3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
VALID ON (BOV:VLID3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024