Ações do Grupo Casas Bahia disparam, mas analistas seguem cautelosos com ativos da companhia
20 Dezembro 2023 - 4:16PM
ADVFN News
Os papéis deixaram de ser penny stocks, mas a volatilidade
intrínseca a de ativos que valem centavos permanece. Após sessões
de forte queda, as ações do grupo Casas Bahia têm registrado uma
sessão de disparada; às 16h01 (horário de Brasília), os ativos
saltavam 11,74%, a R$ 11,23, após terem a chegado a saltar 14,43%
(R$ 11,50) mais cedo.
Alguns fatores levam a essa disparada dos ativos.
Em primeiro lugar, os papéis experimentam uma trégua após recuar
nas quatro sessões anteriores, acumulando no período um declínio de
cerca de 24%. No acumulado de 2023, a baixa é de cerca de 79%.
As ações, por sinal, caíram mais de 10% na última sexta (15), na
primeira sessão pós-grupamento dos ativos, operação que foi feita
para que a varejista seguisse no Ibovespa, mas que também deu “mais
espaço para os ativos caírem”.
Assim, após diversas baixas, os papéis têm uma trégua e
registram uma sessão de ajuste de preços, aponta Gabriel Bassotto,
analista-chefe de ações do Simpla Club.
Porém, há fatores de alívio recente para os papéis. Além de
BHIA3 figurar na segunda prévia do Ibovespa, divulgada nesta
semana, a varejista teve uma vitória diante de uma possível
antecipação de dívidas (que não ocorreu).
Em fato relevante divulgado na noite de segunda-feira (18), a
companhia informou que Assembleia de titulares de Certificados de
Recebíveis Imobiliários (CRIs) da Casas Bahia (BOV:BHIA3) recusou
antecipar vencimento de títulos de dívidas (debêntures) da empresa
pela segunda vez no ano.
No final de novembro, o S&P Rating havia rebaixado o rating
das 1ª, 2ª e 3ª séries da 20ª emissão de certificados de recebíveis
imobiliários da Opea Securitizadora, que são lastreados na 8ª
emissão de debêntures, de A- para BBB-. Com isso, foi acionado um
novo gatilho para que os titulares dos títulos pudessem pedir
antecipação das dívidas.
Contudo, os investidores decidiram não declarar o vencimento
antecipado dos títulos.
Em contrapartida, o grupo varejista terá que pagar um prêmio
flat equivalente a 0,1% sobre o saldo do valor dos títulos
acrescido de uma remuneração que será calculada considerando a
última data de pagamento da remuneração até o dia do pagamento do
prêmio.
“Caso a antecipação acontecesse, poderia acionar o covenant de
outras debêntures da companhia, culminando em um evento letal”,
ressaltou a Genial na ocasião.
Assim, avalia Bassotto, a companhia teve um alívio financeiro.
“Ela hoje tem operado no prejuízo, tem queimado caixa, então se
tivesse ainda que se preocupar com a antecipação de novas dívidas,
haveria preocupação maior com sua liquidez e solvência”,
ressalta.
O analista pondera ao lembrar que “obviamente o problema não foi
resolvido, a companhia ainda continua muito endividada” e quanto
mais conseguir rolar essas dívidas ou pelo menos evitar a
antecipação dos seus vencimentos, será melhor para ela.
Por conta disso, apesar do alívio, analistas seguem cautelosos
com o ativo BHIA3. Logo após o grupamento, a XP reiterou
recomendação neutra e preço-alvo de R$ 17,7/ação, uma vez que vê
desafios a serem enfrentados pela companhia como i) ambiente
competitivo acirrado; ii) taxas de juros ainda elevadas e poder de
compra comprimido; e iii) riscos de execução no plano de
transformação da companhia.
De 12 casas que cobrem o papel BHIA3, segundo compilação LSEG, 8
recomendam manutenção e 4 recomendam venda.
Em novembro, logo após o resultado do terceiro trimestre de
2023, o BB Investimentos cortou a recomendação dos papéis para
venda.
O banco destacou na ocasião que as ações BHIA3 seguiam em um
movimento de queda livre desde meados do 2S22, em um contexto de
incertezas quanto à capacidade da companhia em resolver seus
problemas internos e voltar a crescer com rentabilidade.
Informações infomoney
Grupo Casas Bahia ON (BOV:BHIA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
Grupo Casas Bahia ON (BOV:BHIA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024