Veja quais construtoras serão beneficiadas com o programa popular Pode Entrar
04 Janeiro 2024 - 11:50AM
ADVFN News
Quase no apagar das luzes de 2023, a prefeitura de São Paulo
assinou memorandos de entendimento com incorporadoras para a
primeira fase do programa habitacional popular do município de São
Paulo Pode Entrar.
Esta primeira fase envolveu construtoras listadas na Bolsa
voltadas para a baixa renda: (i) a Plano&Plano (BOV:PLPL3)
vendeu quatro empreendimentos com 3.640 unidades no valor de R$ 692
milhões; (ii) Direcional (BOV:DIRR3) vendeu dois empreendimentos
com 990 unidades no valor de R$ 206 milhões; e (iii) Tenda
(BOV:TEND3) vendeu um empreendimento com 216 unidades no valor de
cerca de R$ 45 milhões.
A prefeitura de SP autorizou o programa habitacional Pode Entrar
em 2021 (para impulsionar o desenvolvimento de residências
populares e combater o déficit habitacional), com o objetivo de
adquirir cerca de 40 mil casas de baixa renda (oferecendo condições
de compra/aluguel subsidiadas) e pagar aos incorporadores à medida
que a construção avance (semelhante ao programa MCMV). As
construtoras submeteram projetos por meio de leilão e a “lista de
vencedores” final foi divulgada na primeira metade de 2023, com
empresas aguardando para assinar contratos de venda desde
então.
De acordo com verificações dos analistas do BTG, o governo de SP
(COHAB) deverá comprar unidades adicionais nas próximas semanas – a
Plano&Plano tem 1.907 unidades no valor de R$ 371 milhões
selecionadas e disponíveis para venda, Direcional tem um projeto
com 655 unidades no valor de cerca de R$ 135 milhões, Tenda tem
outras 2.639 unidades no valor de R$ 532 milhões, e a MRV
(BOV:MRVE3) tem cerca de 6.200 unidades no valor de R$ 1,1 bilhão.
A Cury (CURY3) optou por não participar do programa Pode
Entrar.
Para os analistas do banco, no geral, esta é uma notícia
positiva para os desenvolvedores de baixa renda. Embora a seleção
final das unidades elegíveis para o programa Pode Entrar tenha sido
anunciada em meados de 2023, atrasos na implementação levaram os
analistas e os investidores a deixar o Valor Presente Líquido (VPL)
dessas unidades como “opcionalidade” nos modelos de avaliação das
construtoras.
Até o momento, o VPL desses projetos como porcentagem do valor
de mercado é de 4,6% para PLPL3, 0,8% para DIRR3 e 0,4% para
TEND3.
Dito isso, os analistas estão otimistas de que mais unidades
serão vendidas em breve, representando potencialmente um adicional
de 2,5% de valor de mercado para PLPL3, 0,5% para DIRR3, 4,6% para
TEND3 e 2,8% para MRVE3.
“Além disso, à medida que a COHAB-SP transfere antecipadamente
15% do valor do projeto, esperamos que esses players se
desalavanquem ainda mais no 1T24: (i) PLPL3 (dívida
líquida/patrimônio líquido de 20% no 3T23 para -5%), DIRR3 (de 10%
para 8%), TEND3 (de 56% para 46%) e MRVE3 (de 66% para 64%)”,
avaliam. Os analistas seguem otimistas em relação às construtoras
de casas de baixa renda, à luz da sólida dinâmica de lucros e dos
valuations atraentes.
Para o Bradesco BBI, o anúncio da Direcional e da Plano &
Plano de unidades oficialmente vendidas por meio do programa “Pode
Entrar” também é uma notícia positiva para outras companhias, já
que agora espera que o programa seja finalmente desbloqueado.
“Embora ainda existam algumas questões pendentes sobre o
tratamento contábil, esperamos que essas unidades do ‘Pode Entrar’
tenham uma margem bruta menor (20 a 25%), que deve ser compensada
pela ausência de despesas comerciais, apresentando, assim, um
impacto líquido positivo no resultado final – e é nesse ponto que
nosso foco deve estar”, afirma a equipe do BBI.
O impacto no 4T23 provavelmente será limitado (cerca de 15% de
reconhecimento), mas espera-se que ganhe relevância ao longo de
2024, avaliam os analistas.
Informações Infomoney
MRV ON (BOV:MRVE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Ago 2024 até Set 2024
MRV ON (BOV:MRVE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Set 2023 até Set 2024