Morgan Stanley cita que demanda por papel e celulose deve cair no curto e médio prazo e rebaixa recomendação da Suzano
29 Janeiro 2024 - 3:21PM
ADVFN News
O Morgan Stanley, em relatório publicado nesta segunda-feira
(29), afirmou ver o preço da celulose caindo a partir de fevereiro
deste ano. Em parte, por conta disso, os analistas do banco,
encabeçados por Jens Spiess, também rebaixaram a recomendação da
Suzano de equalweight (exposição em linha com a média do mercado,
equivalente à neutra) para underweight (abaixo da média do mercado,
equivalente à venda).
Em primeiro lugar, o Morgan cita que a demanda por papel e
celulose deve cair no curto e médio prazo.
A demanda por celulose está sujeita a padrões sazonais e
fevereiro, de acordo com o banco, é identificado como um mês mais
fraco. Os últimos meses de 2023 e janeiro, normalmente, são
marcados pela reposição de estoques por parte dos compradores, que
se preparam para o Ano-novo chinês, que acontece na segunda semana
do próximo mês.
Para eles, embora haja uma falta de visibilidade nos dados de
inventário de celulose de clientes na China, pode-se observar dados
globais de embarques para ter uma ideia dos ciclos de inventário
passados.
“Nossa análise sugere que os ciclos anteriores moveram cerca 1,5
milhão de toneladas de celulose globalmente dentro de 5-9 meses. De
junho a novembro de 2023, os embarques cumulativos aumentaram para
1,7 milhão, ou 6% em relação ao ano anterior. A duração e a
magnitude do ciclo atual nos sugerem que ele está prestes a
terminar”, explicam.
Fora o lado da demanda, há também a entrada de novo potencial de
oferta. A casa espera que 1,8 milhão de toneladas entrem no mercado
no primeiro semestre deste ano, principalmente por causa do MAPA,
da Copec, no Chile, e o Paso de los Toros, da UPM, no Uruguai.
“Além disso, a Suzano planeja iniciar seu projeto Cerrado em
junho e esperamos que adicione cerca de 700 mil de celulose de
madeira dura ao mercado no segundo semestre de 2024”,
acrescentam.
O fato de algumas companhias não terem revisado seus preços no
começo do ano também fortalece a visão de que o mercado está com
muita oferta.
O Morgan Stanley, então, atualizou seu preço para celulose. Para
a de fibra curta (BEKP), as novas previsões são de US$ 561 a
tonelada em 2024, queda de 3% em relação à previsão anterior, com
2025 ficando inalterado. Para a fibra longa (BSKP), a projeção caiu
9% para 2024, ficando em US$ 679 a tonelada, e 6% em 2025, para US$
725.
Quanto à revisão da Suzano (BOV:SUZB3), os analistas debatem que
se o preço da celulose realmente cair, a ação terá seu desempenho
afetado.
“A ação tem a maior exposição aos preços da celulose entre nossa
cobertura e superou seus pares nos últimos 6 meses à medida que os
preços da celulose se recuperaram”, dizem, mencionando que para a
Klabin (BOV:KLBN11), eles continuam com posição neutra.
As ações da companhia, por volta das 15h (horário de Brasília),
caíam 3,72%, a R$ 50,94, sendo que o Morgan tem preço-alvo de R$ 47
para o papel, ante preço-alvo anterior de R$ 60. Os papéis
unitários da Klabin) recuam 2,51%, a R$ 21,35, com o alvo do banco
americano estipulado em R$ 21 (preço-alvo anterior de R$ 24) e
recomendação mantida em equalweight.
Informações Infomoney
KLABIN (BOV:KLBN11)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
KLABIN (BOV:KLBN11)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024