A Azul teve prejuízo líquido ajustado de R$ 324,2 milhões no primeiro trimestre, queda de 55,4% sobre o resultado negativo de um ano antes, segundo dados divulgados pela companhia aérea.

Já a receita líquida total somou R$ 4,678 bilhões, 4,5% maior do que no mesmo período de 2023. A Azul atribui o resultado a um ambiente de demanda saudável, receitas auxiliares robustas e o crescimento de outras unidades de negócio.

O lucro operacional da companhia ficou em R$ 800,7 milhões entre janeiro e março, 73,2% maior do que o reportado no primeiro trimestre de 2023. A margem operacional foi de 17,1%, crescimento anual de 6,8 pontos porcentuais.

O Ebitda subiu 37,4% na mesma base comparativa, para R$ 1,415 bilhão, recorde histórico para um primeiro trimestre. A margem Ebitda ficou em 30,3%, alta de 7,2 pontos porcentuais ano contra ano. “Isso confirma claramente nossa capacidade de crescer e expandir margens ao mesmo tempo”, diz a aérea no release de resultados.

Os resultados da Azul (BOV:AZUL4) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 13/05/2024.

Teleconferência

Dentre os pontos destacados na teleconferência sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre de 2024, a operação no Rio Grande do Sul foi destaque. A Azul espera retomar operações no Rio Grande do Sul, se não diretamente em Porto Alegre, a partir da realocação para outras localidades como Caxias e Santa Maria, disse o presidente-executivo da companhia aérea, John Rodgerson, nesta segunda-feira.

O Rio Grande do Sul representa cerca de 10% da oferta da Azul, mas a empresa não vai alterar suas projeções devido às enchentes históricas que assolam o Estado há dias.

Rodgerson acrescentou que a Azul vai receber uma aeronave da Embraer este mês e um Airbus no mês que vem e que as adições de capacidade este ano estarão concentradas no terceiro e quarto trimestres.

“Esse ano teremos um segundo trimestre menos movimentado, com recuperação no segundo semestre”, aponta o CEO da companhia.

VISÃO DO MERCADO

Analistas destacam a margem recorde de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) alcançado pela companhia no primeiro trimestre de 2023, com alta anual de 37%. As ações da companhia subiam 2,18%, a R$ 11,28, às 14h40 (horário de Brasília) desta segunda-feira.

O crescimento do Ebitda foi destaque na análise do Itaú BBA. O banco ressaltou que a empresa de linhas aéreas parece mais próxima da orientação (guidance, em inglês) fornecida para 2024. Para chegar ao valor estimado para este ano, a companhia precisaria alcançar o crescimento de Ebitda de 22% ao ano nos próximos três trimestres. A principal nuvem no céu da Azul a dívida líquida, que aumentou no trimestre. A alavancagem, contudo, permaneceu estável em 3,7 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda (que cresceu e compensou a alta do endividamento).

O balanço apresentou números de tráfego com ASK (assentos disponíveis por quilômetro) aumentando 3% na comparação anual enquanto RPK (passageiros pagos por quilômetro) cresceu 2%, resultando em um fator de ocupação 1 ponto percentual mais baixo, de 79%. O CASK (custo por assento-quilômetro), por sua vez, diminuiu 6% na comparação anual, de acordo com o BBA, em especial considerando a redução de 19% nos preços do combustível. O banco destacou que o valor também guarda relação com a frota mais eficiente da Azul, que consome menos combustível por ASK.

“Na nossa visão, essa rentabilidade excepcional no primeiro trimestre reflete a disciplina de rendimento e eficiência de custos da Azul”, considera o BBA, que recomenda o nome como Outperform (performance acima da média, similar à compra), com preço alvo estimado em R$ 24,00

O Goldman Sachs reforçou que ainda é possível observar riscos positivos para o guidance, considerando os preços de combustíveis para jatos 8% mais baixos em relação ao primeiro trimestre. O dado poderia sustentar uma melhoria de cerca de 3 pontos percentuais nas margens para a Azul. A análise do banco estrangeiro sugere também que o mercado permanece saudável em 2024, com adições de capacidade limitadas por parte dos concorrentes (o que beneficia a companhia). Por isso, há manutenção na aposta pela companhia aérea, com manutenção da recomendação de compra, uma vez que a Azul deve manter o poder de precificação em uma indústria mais racional e o foco na reconstrução da lucratividade.

O JPMorgan destacou que a Azul “oferece uma assimetria significativa para o lado positivo nos níveis atuais, mesmo assumindo diluição patrimonial decorrente do acordo com arrendadores”. O banco mantém a classificação Overweight (exposição superior, similar à compra), com atualmente negociando a 4,2 vezes o valor da companhia sobre Ebitda para fim de 2024, em especial comparando com os partes que, excluindo a Gol, negociam a 4,7 vezes.

Os resultados da Azul, para o Bradesco BBI, reforçaram trajetória de crescimento e indicam recuperação em curso. O guidance pareceu possível para 2024, em especial considerando o cenário com demanda saudável e ambiente de preços favorável. O banco destacou, ainda, a possibilidade da Azul se fundir com a Gol, o que geraria cerca de R$ 1,3 bilhão a R$ 1,7 bilhão de sinergias anuais. A recomendação para o nome segue Outperform, com preço alvo para final de 2024 estimado em R$ 40,00.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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