Queiroz Galvão tem mês decisivo de acordo com bancosEstadão Conteúdo 04/05/19 - 08h59 Depois de quase dois anos e meio de idas e vindas, a reestruturação
da dívida de R$ 10 bilhões do grupo Queiroz Galvão entra numa fase
crucial na próxima semana. Na terça-feira, a holding receberá dividendos
de cerca de R$ 300 milhões da Queiroz Galvão Exploração e Produção
(agora chamada de Enauta). Desse montante, R$ 215 milhões deverão ser
destinados ao pagamento da primeira parcela da dívida aos credores. O
dinheiro, no entanto, só s...
Queiroz Galvão tem mês decisivo de acordo com bancosEstadão Conteúdo 04/05/19 - 08h59 Depois de quase dois anos e meio de idas e vindas, a reestruturação
da dívida de R$ 10 bilhões do grupo Queiroz Galvão entra numa fase
crucial na próxima semana. Na terça-feira, a holding receberá dividendos
de cerca de R$ 300 milhões da Queiroz Galvão Exploração e Produção
(agora chamada de Enauta). Desse montante, R$ 215 milhões deverão ser
destinados ao pagamento da primeira parcela da dívida aos credores. O
dinheiro, no entanto, só sairá do caixa da companhia após a assinatura
do acordo com os bancos, previsto para ocorrer até o fim do mês.O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, nesse
período, enquanto o contrato não for assinado, os recursos terão de ser
protegidos contra a tentativa de algum credor querer acessar o dinheiro,
num movimento de execução da dívida. A empresa deverá adotar
instrumentos para se proteger, como a criação de uma conta vinculada
para colocar o dinheiro. Mas, se a estratégia não conseguir barrar algum
credor, a companhia pode recorrer a uma recuperação judicial. Segundo
fontes ligadas às negociações, o pedido está preparado para qualquer
emergência.Desde o fim do ano passado, os credores tentavam resolver o
pagamento da primeira parcela do acordo. Na época, os bancos exigiam que
a empresa fizesse o pagamento no ato da assinatura do contrato, mas a
holding só queria desembolsar o montante depois que todo o processo
fosse concluído, com a formalização das garantias. Os acionistas temiam que a companhia fizesse o pagamento e,
depois, durante a definição das condições, algum credor desistisse do
acordo. A medida levaria o grupo a recorrer a um pedido de recuperação
judicial ou extrajudicial, mas sem R$ 215 milhões em caixa, que já
teriam sido desembolsados.Esse problema, segundo uma fonte próxima às renegociações, já
foi superado com a mudança no formato do acordo. Agora a assinatura
ocorrerá com todos os passos concluídos. A minuta do acordo da Move,
Parceria Público-Privada (PPP) para implantação da Linha 6 – Laranja do
Metrô de São Paulo, foi fechada ontem; e da incorporadora e do Estaleiro
Atlântico Sul (EAS), a expectativa é ser concluída ao longo da próxima
semana.AmortizaçãoPela proposta de reestruturação da dívida, a Queiroz Galvão terá um
ano de carência para pagamento. No segundo ano, haverá o desembolso de
juros e, no começo do terceiro ano, a empresa iniciará a amortização de
14% dos débitos. As negociações se arrastam desde o fim de 2016. A reestruturação inclui a dívidas da construtora, da área
imobiliária, do setor elétrico, da siderurgia, do braço de alimentos e
do estaleiro. Ficaram de fora dívidas de negócios que não enfrentam
problemas no curto prazo, como a empresa de exploração e produção de
petróleo e a Vital, de coleta de lixo, que tem participação minoritária
do grupo.RecuperaçãoNo caso da empresa de energia, que responde por 35% da dívida
do grupo, foi preciso rever o plano de recuperação extrajudicial que foi
recusado, em março, pelo juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2ª Vara de
Falências e Recuperações Judiciais. Na decisão, ele argumentou que as 36
empresas incluídas no plano não poderiam ser consideradas um mesmo
grupo econômico e não eram economicamente integradas. Para resolver esse problema, a Queiroz fez uma renegociação
com o fundo Castlelake e entrou com pedido de recuperação judicial e
extrajudicial de quatro empresas do grupo. Duas Sociedades de Propósito
Específico (SPEs) que tinham problema de risco hidrológico entraram em
recuperação judicial e duas em recuperação extrajudicial. Os pedidos
foram aceitos, mas estão na fase do recebimento de embargos por pare dos
credores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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