artigo retirado do blog FI
Efeitos colaterais
Os países emergentes, considerados até então os motores do mundo moderno, começam a sentir o peso de carregar a economia mundial nas costas. O impulso econômico dos últimos anos proporcionou crescimento acelerado, mas também gerou sérios problemas estruturais para as economias em fase de desenvolvimento: inflação, bolhas (imobiliárias, como na China), déficits e moedas fortes. Estes problemas são uma pedra no sapato para o crescimento econômico sustentado e atualmente já estão causando desgastes consideráveis nas economias emerge...
artigo retirado do blog FI
Efeitos colaterais
Os países emergentes, considerados até então os motores do mundo moderno, começam a sentir o peso de carregar a economia mundial nas costas. O impulso econômico dos últimos anos proporcionou crescimento acelerado, mas também gerou sérios problemas estruturais para as economias em fase de desenvolvimento: inflação, bolhas (imobiliárias, como na China), déficits e moedas fortes. Estes problemas são uma pedra no sapato para o crescimento econômico sustentado e atualmente já estão causando desgastes consideráveis nas economias emergentes.
Nesta semana, o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, reduziu a meta de crescimento anual do país para 7,5%. Uma semana antes do anúncio de Wen Jiabao, a Índia disse que sua economia cresceu 6,1% no último trimestre de 2011, o ritmo mais lento nos últimos dois anos. Na África do Sul, a previsão de crescimento caiu para 2,5% este ano, bem inferior aos 7% estipulados pelo banco central do país. E no Brasil, como todos nós já sabemos, tivemos um crescimento pífio de 2,7% em 2011, menos da metade da taxa prevista pelo ministro Guido Mantega há um ano atrás. Para completar, a produção industrial brasileira caiu 2,1% em janeiro, esta foi a maior queda desde a crise de 2008.
O Brasil ainda consegue ser um caso a parte entre os emergentes, pois está entre os países mais caros do mundo para se produzir manufaturas. Reflexo do famoso custo Brasil: péssima infra-estrutura, baixa educação, elevada carga tributária, burocracia exagerada e corrupção.
Mas o governo está com uma carta na manga para mostrar ao mercado na próxima semana. O ministro Fernando Pimentel afirmou que o governo vai anunciar novas medidas de incentivo ao crescimento. Entre as medidas podem surgir novas linhas de financiamento e de crédito a taxas subsidiadas ao setor produtivo, redução de impostos e desonerações. Pimentel disse também que o objetivo das medidas é aumentar a ridícula taxa de investimento da economia doméstica este ano (equivalente a um acréscimo de 4% a 5%) em relação a 2011, quando foi registrado investimento de 19,3% do PIB (Produto Interno Bruto).
Ao mesmo tempo que o mercado comemora as medidas de incentivo à economia (entre elas o afrouxamento monetário do Banco Central, com um recente corte de 0,75 p.p. na taxa selic), fica um receio no ar referente aos solavancos econômicos que estamos levando. Parece que o país não consegue manter um ritmo de crescimento gradativo por dois anos seguidos porque sempre esbarra em uma série de problemas que continuam sendo ignorados pelo governo.
Do que adianta afrouxar a economia e dar incentivo ao processo produtivo no curto prazo, sendo que mais pra frente teremos que apertar o cinto novamente porque o crescimento ficou desregulado devido à falta de estrutura e planejamento. O empresário brasileiro que conseguiu sobreviver até hoje teve que desenvolver uma característica única, saber surfar a onda e se preparar para a tempestade que vem depois.
Para o mercado de capitais, o que interessa mesmo é liquidez no sistema. O Ibovespa continua mantendo o seu rally de alta mas encontrou uma faixa de resistência importante, os 68k. Não vai ser fácil romper esta barreira em nível de sobrecompra nos gráficos diário e semanal, além do candle deixado esta semana que sugere pelo menos um respiro no curto prazo. Há um grande espaço para realização de lucros sem que comprometa a tendência de alta, o que torna operações na ponta compradora ainda mais perigosas. Neste nível é recomendado operar apenas com trades rápidos.
Na China, a bolsa de Xangai fechou com um candle parecido com o do índice Bovespa. Também parou para respirar mas ainda tem espaço para testar a principal resistência de curto prazo na região dos 2.5k. Está se firmando acima de uma LTA bem inclinada, se esta linha for perdida a situação pode se agravar um pouco no curto prazo.
No mundo desenvolvido, o índice Dow Jones não está com cara de bons amigos. Após ter deixado um doji de indecisão na semana passada, soltou um enforcado bem abaixo do patamar psicológico dos 13k. Este enforcado está se apoiando justamente na LTA formada a partir do fundo em outubro do ano passado. Se o candle vingar esta linha de tendência de alta que originou todo esse rally do Dow Jones poderá ser perdida acelerando ainda mais o movimento de correção.
Na Europa tivemos a confirmação oficial da Grécia ocupando o posto de maior caloteira em títulos soberanos do mundo. A dívida grega reestruturada é de 206 bilhões de euros. Os investidores que aceitaram participar do “calote organizado” receberão “a bagatela” de 15% do valor devido em títulos líquidos e “fabulosos” 31,5% em novos títulos gregos (que fantástico!). E não é só isso, participando agora você recebe um bônus adicional de mais um título ligado ao crescimento do PIB da Grécia (eu juro, isso não é uma piada!). “Ligue agora e fale já com um de nossos atendentes do tesouro nacional”. Que espetáculo não é mesmo? Imagine se a moda pega... Tapem os ouvidos dos portugueses.
Não é a toa que os novos títulos foram negociados na faixa dos 20 centavos por euro nesta sexta-feira. As padarias europeias estão até pensando em adotar o sistema de títulos gregos para substituir as famosas balinhas de troco do pão. O problema é que haverá uma forte resistência por parte dos consumidores: Que papel é esse? Você está me roubando? Quero as balinhas de troco! (brincadeira pessoal, só pra descontrair a sexta-feita).
Para finalizar então vamos observar o fechamento da semana do índice DAX, na Alemanha. Reparem no doji de indecisão tamanho família bem abaixo da resistência de curto prazo na região dos 7k. A volatilidade voltou a aumentar na Europa e semana que vem podemos ter fortes emoções.http://www.financasinteligentes.com/
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