JPMorgan e State Street retiram-se de coalizão climática influente em meio a pressões políticas
16 Fevereiro 2024 - 9:21AM
ADVFN News
A JPMorgan Asset Management (NYSE:JPM) e a State Street Global
Advisors (NYSE:STT) anunciaram sua saída do Climate Action 100+, o
maior consórcio de investidores globais dedicado a combater as
mudanças climáticas, evidenciando um potencial recuo nas
iniciativas de sustentabilidade sob pressão política.
Esse movimento, ocorrido na quinta-feira, sugere que as intensas
críticas por parte de figuras republicanas aos princípios de
investimentos sustentáveis (ESG) nos Estados Unidos podem estar
incentivando empresas renomadas a reduzir ou ocultar seus esforços
ambientais. Historicamente, organizações financeiras voltadas para
o clima têm sido alvos frequentes de críticas ligadas à agenda
ESG.
O JPMorgan Chase e a State Street Corp também são
negociadas na B3 através das BDRs (BOV:JPMC34) e (BOV:S1TT34),
respectivamente.
A decisão de sair do grupo, que desafia grandes emissores de
carbono como Exxon Mobil (XOM, EXXO34) e Shell Plc (SHEL,
RDSA34) a adotarem práticas mais sustentáveis, também pode refletir
uma mudança na percepção de valor de tais associações.
Anteriormente, pertencer a iniciativas como o CA100+ era motivo de
orgulho e destaque em comunicações corporativas. Atualmente, porém,
a filiação pode ser vista como um risco, levando à retração
daqueles menos comprometidos com as metas climáticas.
Especialistas no setor oferecem perspectivas variadas sobre
essas retiradas. Mark Campanale, da Carbon Tracker, vê a reação
anti-ESG como um fator intimidador para os investidores, um cenário
que pode se intensificar dependendo dos resultados das próximas
eleições presidenciais nos EUA. Em contrapartida, vozes críticas
como Rebecca Self e Ben Cushing questionam a autenticidade do
compromisso dessas empresas com a sustentabilidade, interpretando
as saídas como uma renúncia às responsabilidades fiduciárias em
face de conveniências de curto prazo.
As empresas justificam suas saídas com diferentes razões. A
State Street Global Advisors, gerenciando US$ 4,1 trilhões, apontou
divergências com as novas diretrizes do CA100+, que exigem ações
concretas das empresas, como incompatíveis com suas práticas de
voto por procuração e engajamento corporativo. Já a JPMorgan Asset
Management, responsável por US$ 3,1 trilhões em ativos, não citou
as mudanças no CA100+, mas destacou seus próprios esforços no
desenvolvimento de uma estratégia de risco climático
independente.
A BlackRock (BLK, BLAK34) também está reestruturando sua relação
com o CA100+, indicando uma transferência de sua participação para
uma subsidiária internacional, afastando assim a matriz de Nova
York da coalizão. Essa mudança reflete a complexidade legal e as
expectativas dos clientes fora dos EUA em relação aos compromissos
climáticos.
Esses desenvolvimentos levantam questões sobre a eficácia e o
futuro do engajamento dos investidores na promoção de práticas
empresariais sustentáveis, especialmente em um ambiente cada vez
mais polarizado em relação aos investimentos ESG.
JPMorgan Chase & (BOV:JPMC34)
Gráfico Histórico do Ativo
De Dez 2024 até Jan 2025
JPMorgan Chase & (BOV:JPMC34)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jan 2024 até Jan 2025