Kora Saúde (KRSA4) pode ser uma boa opção após liberação para negociar os papéis? Veja análiseApesar de ser uma das maiores redes hospitalares do Brasil, a empresa apresenta um menor valor de mercado em comparação os paresApós encerrar a trava prevista no IPO (oferta pública inicial de ações) para a negociação das ações, a dúvida que paira sobre o mercado é: será que vale a pena o investidor comum entrar nos papéis da Kora Saúde (KRSA3)?Mais conhecida como “lock-up”, a trava restringiu as negociações aos investidores qualificados, aqueles que têm investimentos aci...
Kora Saúde (KRSA4) pode ser uma boa opção após liberação para negociar os papéis? Veja análiseApesar de ser uma das maiores redes hospitalares do Brasil, a empresa apresenta um menor valor de mercado em comparação os paresApós encerrar a trava prevista no IPO (oferta pública inicial de ações) para a negociação das ações, a dúvida que paira sobre o mercado é: será que vale a pena o investidor comum entrar nos papéis da Kora Saúde (KRSA3)?Mais conhecida como “lock-up”, a trava restringiu as negociações aos investidores qualificados, aqueles que têm investimentos acima de R$ 1 milhão ou experiência de mercado, por um prazo de 18 meses.A partir desta terça-feira (14), quando o período de lock-up já não é mais válido, as negociações dos papéis da companhia estão liberadas na Bolsa. Agora, as ações da Kora passam a ter maior liquidez no mercado, com o investidor podendo entrar e sair a hora que quiser.Mas, diante de um cenário macroeconômico conturbado, com juros elevados e a expectativa de manutenção da sinistralidade elevada no setor de saúde, além de concorrentes como Rede D’Or (RDOR3) e Mater Dei (MATD3), mais solidificadas no mercado, vale a pena apostar na empresa?Spoiler. A Kora aparenta ser a ação mais descontada entre os pares mencionados.Quem é Kora Saúde?A Kora é uma das maiores redes hospitalares do Brasil, com presença no Espírito Santo, Mato Grosso, Tocantins, Goiânia e Ceará, além do Distrito Federal, totalizando aproximadamente 2 mil leitos sob gestão.A companhia também oferta serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, incluindo oncologia, análises clínicas, radiologia, hemodinâmica, dentre outros.Em 2022, a empresa adquiriu dois hospitais, sendo o Instituto de Neurologia de Goiânia e a CCRI (Centro de Cardiologia e Radiologia Intervencionista), empresa controladora do Hospital Encore.Depois de efetuar cinco aquisições ao longo de 2021, a Kora optou por desacelerar os investimentos no ano passado basicamente por dois motivos. O primeiro foi o alto custo para integrar as aquisições, e o segundo é o maior volume de dívidas em meio a uma taxa de juros elevada.Últimos resultadosPara se ter uma ideia, entre janeiro e setembro de 2022, os resultados da empresa não foram positivos, reportando um prejuízo de R$ 34,5 milhões – reversão do lucro de R$ 19,9 milhões referente à igual período de 2021.Segundo a companhia, as aquisições feitas nos últimos 12 meses pressionaram os custos e as despesas operacionais, uma vez que a rentabilidade dos negócios adquiridos é menor que a base dos hospitais existentes.Além disso, as despesas não recorrentes como gastos em fusões e aquisições, para integração das operações adquiridas, devem continuar pesando nos resultados no curto prazo.Mas nem tudo é ruim. As receitas cresceram 88,6% ante janeiro e setembro de 2021, para R$ 1,59 bilhão.Apesar de não ter gerado lucro até o terceiro trimestre de 2022, uma receita crescente é sinal de que a companhia tem ampliado as fontes de faturamento, o que pode levar a lucros maiores no longo prazo.O CAGR – taxa de crescimento anual composto – nos últimos 5 anos da Kora é de 39,6%, o que mostra o crescimento contínuo do faturamento da companhia desde 2018, levando em consideração apenas o resultado de nove meses de 2022.Diante disso, é possível cravar que o CAGR da empresa de saúde deve ser ainda maior após a inclusão dos resultados do quarto trimestre de 2022, que estão previstos para serem publicados no dia 29 de março.O grande desafio da companhia, no entanto, está na gestão dos custos com as integrações das aquisições e as despesas financeiras que estão maiores devido aos juros ,mais altos.Cenário para 2023Por um lado, é esperado que os custos sejam menores no longo prazo e as margens da companhia voltem a subir após a maturação das sinergias das aquisições. Mas, por outro, a expectativa é de manutenção da Selic elevada por mais tempo, o que deve continuar pressionando a lucratividade da companhia.Para 2023, os analistas elevaram a projeção da taxa de juros de 12,50% para 12,75%, segundo o boletim Focus do Banco Central, publicado na segunda-feira (13).Neste contexto, as companhias de saúde devem focar na integração das aquisições recentes e desacelerem os investimentos no curto prazo.Indicadores operacionaisA Kora, apesar de ser uma das maiores redes hospitalares do Brasil, é a que apresenta o menor valor de mercado em comparação a Rede D’Or e Mater Dei.Além disso, a empresa apresenta uma estrutura operacional mais enxuta em relação aos leitos disponíveis. Com isso, a taxa de ocupação e o preço médio por paciente é menor em relação à Rede DO’r, o que pode indicar uma menor capacidade em gerar caixa.Em relação aos múltiplos, a Kora é a companhia mais barata entre os pares do setor ao apresentar um preço sobre valor patrimonial (P/VPA) de 0,7 vez.Isto é, as ações podem estar sendo negociadas com desconto de 30% em relação aos próprios bens da companhia.Por outro lado, tanto Rede D’Or como Mater Dei apresentam maior eficiência operacional, ou seja, possuem uma maior capacidade de reverter a receita líquida em lucro. Nos últimos nove meses de 2022, a margem Ebitda da Kora foi de 22,5%.Em relação à alavancagem, representada pela dívida líquida por Ebitda, a Kora tem uma situação muito diferente dos pares. A dívida líquida é 7 vezes maior que a capacidade da companhia em gerar caixa, o que pode ser um sinal de alerta para um maior risco de insolvência.Já o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que indica a capacidade de a companhia gerar retorno aos investidores por meio dos recursos próprios, era negativo devido ao prejuízo de R$ 110 milhões reportado no acumulado de 12 meses. Ou seja, a empresa estaria gastando mais do que recebe, assim não gerando retorno aos acionistas.Vale a pena investir em Kora?Pode não ser uma boa hora para investir nas ações da Kora, segundo dados compilados pela Refinitiv e apresentados na plataforma do TradeMap.Entre os sete analistas que avaliam os papéis da companhia, cinco têm recomendação de manutenção, um de venda e outro de compra.Apesar disso, as ações da empresa apresentam uma valorização potencial de 76% com base na mediana do preço-alvo de R$ 2,05.https://trademap.com.br/agencia/mercados/kora-saud...
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