Lojas Renner (LREN3) e Alpargatas (ALPA4): o que explica a forte alta das ações após os balanços fracos do 2º tri?Além de avaliação de que números fracos já estavam precificado nas ações, visões de que principais problemas estão sendo endereçados animam mercadoPor Lara Rizério,Augusto Diniz4 ago 2023 13h24Os números foram fracos, mas as ações sobem. O movimento de ações neste sentido não é tão incomum durante a temporada de balanços mas, mesmo assim, intrigam muitos investidores.Nesta sexta-feira (4), o movimento acontece particularmente com duas ações de consumo e v...
Lojas Renner (LREN3) e Alpargatas (ALPA4): o que explica a forte alta das ações após os balanços fracos do 2º tri?Além de avaliação de que números fracos já estavam precificado nas ações, visões de que principais problemas estão sendo endereçados animam mercadoPor Lara Rizério,Augusto Diniz4 ago 2023 13h24Os números foram fracos, mas as ações sobem. O movimento de ações neste sentido não é tão incomum durante a temporada de balanços mas, mesmo assim, intrigam muitos investidores.Nesta sexta-feira (4), o movimento acontece particularmente com duas ações de consumo e varejo, Lojas Renner (LREN3) e Alpargatas (ALPA4), que divulgaram resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23) longe de empolgar os investidores. Contudo, às 13h15 (horário de Brasília), os ativos LREN3 saltavam 8,14%, a R$ 20,06, enquanto ALPA4 subia 4,22%, a R$ 9,39. Apesar de um avanço menos intenso, cabe destacar a reviravolta das ações da Alpargatas, que saíram de uma queda de 6,88% no início do pregão para uma forte alta durante a tarde.Um primeiro motivo para explicar esse movimento é a avaliação de que os números mais fracos já eram esperados e refletidos no desempenho das ações, não só nos últimos dias, como nos últimos meses.No acumulado de 2023, as ações da Lojas Renner registram queda de cerca de 2%, enquanto a Alpargatas tem queda bem mais expressiva, de 38%. Em relatório desta semana, antes da divulgação de resultado, o Bradesco BBI destacou que, apesar de esperar números fracos, já avaliava como precificado, com queda de cerca de 9% nos últimos dois meses.Apenas na véspera, as ações da Renner tiveram queda de 2,37%, enquanto as da Alpargatas tiveram baixa de 5,26% (após rebaixamento para neutro ontem pelo JPMorgan).Outro ponto é a expectativa de melhora nos próximos trimestres.No caso da Renner, o braço financeiro Realize foi novamente o destaque negativo, mas houve indicações positivas em outras frentes.No braço de varejo, os números ficaram praticamente em linha com as estimativas, mas com sinais de recuperação para o terceiro trimestre, de acordo com a administração da companhia, segundo apontou o Itaú BBA.A margem bruta de varejo caiu 220 pontos-base ao ano, para 53,9%, devido a descontos mais altos. Já nos próximos trimestres, conforme ressaltou o BTG, esperam-se custos de matéria-prima mais baixos, câmbio mais favorável e níveis de estoque mais normalizados, o que deve impulsionar as margens.Já a Realize não atingiu as estimativas do Itaú BBA ao reportar um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) negativo de R$ 54 milhões, afetado por uma piora nos indicadores de inadimplência.Em relatório antes da abertura do mercado, o BBA destacou: “apesar dos resultados fracos, esperamos que os investidores se concentrem no discurso da empresa sobre suas perspectivas de curto prazo. Esperamos que os resultados no braço de varejo (a operação-chave do grupo) melhorem no segundo semestre, mas estamos preocupados que a situação da Realize possa se tornar ainda mais desafiadora”, ponderou.De qualquer forma, apontou ver LREN3 como a ação mais assimétrica em seu atual universo de cobertura de varejo, recomendando compra para o papel, com preço-alvo de R$ 27 ao fim de 2024.Para o BTG, depois de um primeiro semestre fraco, quando os investidores repetidamente cortaram suas projeções para a Renner, as perspectivas para a segunda metade do ano parecem melhores, com sinais de demanda melhorando gradualmente nos últimos meses, inflação e taxas de juros mais baixas, além dos custos de matérias-primas mais baixos.“Além disso, a lucratividade deve aumentar com as iniciativas que a companhia vem implementando, como otimizar as equipes de TI e reduzir os custos extras da migração do Centro de distribuição, apesar do ambiente ainda desafiador para as receitas da Renner e os números operacionais da Realize”, apontam os analistas.Enquanto isso, preocupações estruturais dependem da concorrência de players puramente digitais como a Shein (especialmente considerando a isenção de imposto de importação para plataformas internacionais) e a lucratividade muito menor no negócio de financiamento ao consumidor em relação aos níveis históricos.Porém, apontam, a preços atuais, a Renner é negociada com um valuation atraente de 12 vezes o preço sobre Lucro (P/L) esperado para 2024, o que, juntamente com uma esperada melhora gradual na rentabilidade e uma confortável posição de caixa líquido, ainda justifica a recomendação do banco de compra para a ação.Analistas do Santander apontaram ainda que o desempenho fraco da companhia no período era amplamente esperado e que agora, que o trimestre ficou para trás, o foco deveria se voltar aos comentários da administração sobre as tendências de melhoria em junho, com aumentos de volume e níveis de estoque adequados. Isso “poderia indicar um melhor começo para o segundo semestre de 2023”, disseram.Por outro lado, a Genial Investimentos segue com recomendação de manutenção dos ativos, com preço-alvo de R$ 20,50. A casa de análise ressaltou que a empresa errou no sortimento, precificação e timing da troca de coleção de outono/inverno no 1º trimestre e que esses erros, junto ao cenário macroeconômico ainda restritivo para varejo discricionário, acabaram sacrificando parte da margem desse 2º trimestre.Apesar de um fluxo de caixa livre maior (que pode ser explicado dado o menor nível de investimentos nas controladas, menor capex do período e otimização do contas a receber), a companhia mostra um resultado operacional ainda mais anêmico do que o apresentado no 1º trimestre – resguardado os impactos sazonais, avalia.Além disso, apesar de entender que a partir do 2º semestre, a base comparativa começa a ficar mais interessante, mantém a recomendação neutra e cita que, ao analisar os acessos mensais dos apps de vestuário low price, vê a Shein ganhando espaço no mercado vestuário. “Ainda que não seja possível inferir sobre a conversão desses acessos em compras, continuamos a ver o consumidor ainda sensível a preço”, aponta. Nesta linha, ao InfoMoney, o diretor financeiro (CFO) da companhia, Daniel Martins, destacou que a varejista de moda pretende se posicionar mais em produtos de entrada, ou seja, mais baratos.https://www.infomoney.com.br/mercados/lojas-renner...
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