Bem recebidas, prévias de imobiliárias trazem rali aos ativos
Recomendar!Por: Thiago C. S. Salomão
15/07/10 - 18h47
InfoMoney
SÃO PAULO - Contrariando o desempenho do Ibovespa ao longo dessa semana - até esta quinta-feira (15), o índice mostra-se praticamente estável, com leve alta de 0,02% -, as ações do setor imobiliário aparecem entre os principais ganhos no acumulado desses quatro pregões. Prova disso é o desempenho do IMOB, índice que compila os papéis das empresas imobiliárias listadas na bolsa brasileira, e que acumula ganhos de 5,16% no período.
A trajetória opos...
Bem recebidas, prévias de imobiliárias trazem rali aos ativos
Recomendar!Por: Thiago C. S. Salomão
15/07/10 - 18h47
InfoMoney
SÃO PAULO - Contrariando o desempenho do Ibovespa ao longo dessa semana - até esta quinta-feira (15), o índice mostra-se praticamente estável, com leve alta de 0,02% -, as ações do setor imobiliário aparecem entre os principais ganhos no acumulado desses quatro pregões. Prova disso é o desempenho do IMOB, índice que compila os papéis das empresas imobiliárias listadas na bolsa brasileira, e que acumula ganhos de 5,16% no período.
A trajetória oposta do índice em relação ao benchmark do mercado brasileiro de ações tem um driver claro. Sete construtoras divulgaram a prévia dos resultados operacionais do segundo trimestre deste ano - PDG (PDGR3), MRV (MRVE3), EzTec (EZTC3), Rodobens (RDNI3),Even (EVEN3), Brookfield (BISA3) e Camargo Corrêa (CCIM3) -, com boa parte delas mostrando forte evolução operacional neste segundo trimestre, comparado com o mesmo período de 2009.
Ativo Cotação* Variação
semanal* Variação
2010*
RDNI3 R$ 13,09 +10,84% -26,36%
MRVE3 R$ 14,55 +6,2% +4,95%
PDGR3 R$ 17,95 +6,78% +4,87%
EVEN3 R$ 7,90 +7,19% -5,14%
EZTC3 R$ 8,99 +5,64% +9,29%
CCIM3 R$ 5,69 +6,36% +6,73%
BISA3 R$ 8,15 -3,09% +5,99%
IMOB 937 pontos +5,16% -0,13%
Ibovespa 63.489 pontos +0,02% -7,43%
*Com base no fechamento desta quinta-feira (15)
PDG e MRV: guidance e lançamentos
Começando a análise pelas duas primeiras empresas - as únicas do grupo listadas no Ibovespa -, cujos números reportados tiveram boa aceitação. No caso da PDG, o analista da Ativa, Armando Halfeld, sustentou seu viés positivo no fato da companhia ter atingido cerca de 41% do ponto médio de seu guidance. "Considerando a sazonalidade do segundo trimestre, acreditamos ser um sinal positivo para o alcance da meta anual", disse o analista.
Compartilhando do mesmo otimismo, os analistas do JPMorgan, Adrian Huerta e Marcelo Mota, do JPMorgan, mantiveram os ativos PDGR3 como top pick do setor, citando o upside potencial e os múltiplos mais baratos que os principais pares. Na opinião da dupla, os investidores ainda não precificaram os benefícios da aquisição da Agre, que deu maior exposição aos segmentos de média e alta renda a um preço atrativo, ajudando também a entrar nas regiões Norte e Nordeste do País.
Já no caso da MRV, Huerta e Mota acreditam que, apesar da companhia ter apresentado entre o primeiro e o segundo trimestre do ano um crescimento de vendas maior do que a PDG - alta de 34%, contra 15% de sua concorrente -, isso deve ter sido resultado do maior número de lançamentos da companhia no período, "e não necessariamente que a MRV é um melhor vendedora que a PDG".
Na passagem trimestral, os lançamentos da MRV avançaram em 84%, indo para R$ 1,113 bilhão. Já a PDG ganhou R$ 1,804 bilhão com lançamentos, alta de 60% na mesma base comparativa. Já as vendas contratadas de cada uma totalizaram R$ 982 milhões e R$ 1,556 bilhão, respectivamente. Os ganhos semanais dos ativos PDGR3 chegam a 6,78%, enquanto as ações MRVE3 subiram 6,2%.
Camargo Corrêa: vendas surpreendem
Dentre aquelas que não fazem parte do Ibovespa, a Camargo Corrêa apresentou resultados positivos em alguns aspectos e negativos em outro, de acordo com a análise feita por David Lawant, da Itaú Corretora. As vendas contratadas da companhia cresceram 63% na comparação com o primeiro quarto do ano, somando R$ 315 milhões - número que superou em quase 50% a estimativa do analista.
Contudo, os R$ 291 milhões acumulados pela empresa entre abril e junho em lançamentos, embora tenham sinalizado uma evolução de 67% ante o trimestre anterior, ficaram 25% abaixo do que Lawant previa. Diante dos números apresentados, ele manteve a recomendação "market perform" (performance em linha com o mercado) para os ativos CCIM3.
"Apesar da companhia ser uma das ações mais baratas em nosso universo de cobertura do setor, o mercado deverá aguardar mais resultados trimestrais antes de pagar pela reviravolta que a empresa está prometendo", conclui o analista do Itaú, que mantém sua recomendação de "market-perform" (desempenho em linha com o mercado) para os papéis.
Brookfield: resultado elogiado, mas ações recuam
Também fora do índice, destaque para a Brookfield, cujas ações têm tomado um caminho diferente: embora a prévia de resultados tenha sido bem recebida pelos analistas, seus papéis são os únicos a registrarem queda nesta semana dentre as sete imobiliárias a divulgarem seus números pré-operacionais - até esta quinta-feira, as ações já recuaram 3,09%.
Com um volume de vendas de R$ 1,255 bilhão indicando uma expansão de 123% frente aos três primeiros meses do ano e acumulando R$ 805 milhões em lançamentos - acréscimo de 150% na mesma base comparativa -, os dados da companhia ganharam um viés positivo da Ativa Corretora. "Os resultados da Brookfield no 2T10 corroboram nossas expectativas quanto ao bom desempenho operacional da incorporadora", disse Halfeld.
A venda do projeto triple AAA Faria Lima impulsionou os resultados do trimestre. "Apesar do evento não recorrente, a venda do Faria Lima acaba por diminuir o estoque a valor de mercado da empresa, de aproximadamente R$ 3,751 bilhões (dados do primeiro trimestre de 2010), e melhora as perspectivas de velocidade de vendas da empresa", disse o analista, que ainda destaca o desconto de 18% nas ações em relação às cinco principais incorporadoras do País.
Quem também viu com bons olhos os números da Brookfield foi Erick Scott, analista da SLW. "Embora o grande destaque das vendas tenha sido o segmento de escritórios, a companhia mostrou que está em franca recuperação", disse, esperando ver nos bons resultados tanto da empresa quanto do setor nos trimestres seguintes.
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