"Primo canto com um belo canto
20 de junho de 2006 - O avanço da China e da Ásia força a reflexão sobre os impactos que este avanço causará em alguns setores produtivos brasileiros, principalmente nos setores têxtil e calçadista. Não há como negar o quão grave isso se tornou e mais do que tudo, quão necessário se faz um plano de ações para que de alguma forma esses setores possam ser ajudados.
O Brasil é um país que desafia diariamente a classe empresarial, as empresas e o trabalhador. Seria aqui desnecessário falar sobre a inacreditável carga tributária tanto no lado j...
"Primo canto com um belo canto
20 de junho de 2006 - O avanço da China e da Ásia força a reflexão sobre os impactos que este avanço causará em alguns setores produtivos brasileiros, principalmente nos setores têxtil e calçadista. Não há como negar o quão grave isso se tornou e mais do que tudo, quão necessário se faz um plano de ações para que de alguma forma esses setores possam ser ajudados.
O Brasil é um país que desafia diariamente a classe empresarial, as empresas e o trabalhador. Seria aqui desnecessário falar sobre a inacreditável carga tributária tanto no lado jurídico quanto físico, as leis trabalhistas, a falta de investimentos em infra-estrutura de base, os incentivos à exportação, a variação cambial, o investimento em educação de longo prazo, a malha rodoviária...
Necessidades que de tão básicas e óbvias fazem com que o brasileiro se sinta ridículo. Por que será tão óbvio para o cidadão e tão complicado para as lideranças políticas (responsáveis pelas projetos de governo) verem que o país clama por um choque de gestão e infra-estrutura emergencial? E por que algumas nações conseguem dar passos de melhorias e o Brasil sempre padece da sensação de que poderia mais... de que podemos mais... de que o que está sendo feito ainda é pouco?
Em um passado recente, além de todos os habituais obstáculos, os setores têxtil e calçadista sofreram fortemente com a abertura do mercado brasileiro de forma inconseqüente. Este processo mal-conduzido provocou quebradeira, já que o país não era estimulado à competitividade internacional. O cenário foi de caos.
Durante todos estes anos, os dois setores conseguiram se renovar e se transformaram em segmentos atrativos em diversos aspectos, com eventos de ponta, marcas fortes, o entendimento da criação pelo design e pela moda, o incremento das exportações e até o feito de fortalecimento das associações setoriais - aqui registro minha admiração pelo trabalho da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), que com trabalho inovador se tornou benchmark.
Agora estes setores são colocados à prova, diante de situação frágil, com perda de competitividade e muitas empresas brasileiras trocando a mão-de-obra e o parque fabril pela China, ou pela Ásia em geral. Qual a saída? Mais uma vez, um cenário alarmante.
Como se explica, então, que a Pettenati de Caxias do Sul (RS), possa ter crescido 33% nos últimos dois anos e ainda prever um crescimento de quase 20% para este 2006? A Pettenati, empresa fundada há apenas 42 anos por um imigrante Italiano e com cerca de 1500 funcionários, tem hoje uma das operações mais admiradas do mundo!
Esta empresa (registro que outras devem existir com o mesmo desempenho) tem atraído o interesse comercial de bem-sucedidas marcas brasileiras, como Osklen, Track & Field, Olympikus e, logo atrairá a marca Guga Kuerten , recém-lançada no mercado, bem como poderosas brands globais (Adidas, Puma, IronMan, Asics ) e potências industriais, como a Invista.
Teria a Pettenati diversos técnicos internacionais, fios têxteis importados, programa de gestão norte-americano? Não, em absoluto. A Pettenati, iniciada com apenas 35 m², é atualmente certificada e reconhecida pela Adidas Internacional como uma das mais competentes indústrias do mundo (marca esta que é referência em investimentos tecnológicos no vestuário e acessórios de performance).
A Pettenati continua na mesma cidade do festival da uva e do frango "primo canto"; continua familiar, com capital aberto favorecendo o processo de profissionalização; sim, trabalha com fios brasileiros; tem uma indústria considerada state-of-the-art mundial com mão-de-obra brasileira, com a grande maioria de funcionários com mais de dez/15 anos de empresa.
Mais: tem uma produção de tecidos, inovação e confecção especializada na área do active-performance-esporte que é considerada uma das melhores do mundo.
(Gazeta Mercantil) ©Investnews"
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