Continua a velha historia, sera que o carlinhos vem junto ?
A costura gigante da Coteminas
O grupo da família do vice-presidente da República arma uma megafusão no setor têxtil, que pode colocar sob seu controle as rivais Cedro Cachoeira, Santanense e Fiação São José
Em comunicado enviado ao mercado financeiro, referente a uma reestruturação societária, a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) anunciou o interesse em aumentar sua participação no capital social da Companhia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira S/A, por meio de incorporação de ações. A empresa, q...
Continua a velha historia, sera que o carlinhos vem junto ?
A costura gigante da Coteminas
O grupo da família do vice-presidente da República arma uma megafusão no setor têxtil, que pode colocar sob seu controle as rivais Cedro Cachoeira, Santanense e Fiação São José
Em comunicado enviado ao mercado financeiro, referente a uma reestruturação societária, a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) anunciou o interesse em aumentar sua participação no capital social da Companhia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira S/A, por meio de incorporação de ações. A empresa, que já detém 1,8% do capital total e votante da Cedro quer passar a ter 30,82%.
Com a operação, a administração da Coteminas pretende criar uma companhia de denin e brim. O processo se daria por meio da união da controlada Santanense com a Cedro Cachoeira. Essa participação na Cedro, atualmente numa holding acima, migrará para Coteminas, visando facilitar a negociação.
Consta no documento enviado ao mercado que a administração acredita que eventuais vantagens operacionais e sinergias societárias entre Cedro e Santanense poderiam ser futuramente exploradas por decisão dos acionistas de ambos os grupos, cujo resultado ideal seria a formação de uma grande empresa no segmento de denim e brim de controle pulverizado e listada no Novo Mercado.
Porém, o diretor de Relações com Investidores da Cedro e Cachoeira, Fábio Mascarenhas, não confirmou a incorporação e não quis comentar o interesse da Coteminas. "Não comentamos intenções de outras empresas que não seja a Cedro e Cachoeira", se limitou a dizer. Já a Coteminas, até o fechamento da edição, não disponibilizou fonte para comentar o assunto.
Plano - O plano de reestruturação da Coteminas prevê ainda outras ações tanto para o mercado de capitais como para atuação no varejo. Entre elas estão a migração para o Novo Mercado, segmento máximo de governança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Segundo o documento, a adesão ao novo padrão de governança corporativa trará maior transparência na comunicação com os investidores e expectativa de melhor liquidez e atração para a companhia.
A reorganização também terá um aumento de capital de R$ 169 milhões em springs para capitalizar o negócio, visando o fortalecimento da atividade do varejo por meio das marcas Artex, M.Martan e Casa Moysés. As novas ações serão emitidas a R$ 3. Atualmente, o valor de mercado da companhia é de R$ 462 milhões. Ao todo são 200 lojas e o objetivo da empresa é dobrar esse volume nos próximos anos.
Em 2011, a Coteminas, que possui quatro fábricas em Montes Claros (Norte do Estado) e um centro de distribuição (CD) em construção em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, registrou prejuízo de R$ 374,7 milhões em relação ao lucro de R$ 9,5 milhões apresentado no exercício anterior.
Já a Cedro, com sede em Belo Horizonte e quatro fábricas em Minas Gerais, registrou resultado positivo. No ano passado, a empresa teve lucro líqüido de R$ 15,929 milhões, 8,7% a mais do que em 2010.
A sensação é do bíblico confronto entre Davi e Golias, mas com uma diferença: o resultado. No mundo da indústria têxtil brasileira, está cada vez menor o espaço para que o “pequeno Davi” repita a dose e derrote o “gigante Golias”. Depois de ser quase dizimadas com a abertura econômica promovida pelo governo do presidente Fernando Collor de Mello e de sentir na pele a invasão dos produtos importados com a paridade cambial do Plano Real, os fabricantes de tecido vivem uma nova onda: a consolidação. E o alvo são pequenos grupos do País, que estão na mira de gigantes, como Santista Têxtil e Coteminas, do vice-presidente do Brasil José Alencar.
No início desta semana, a empresa de Alencar iniciou uma costura que promete unir a sua Coteminas à Cedro Cachoeira e à Fiação São José, além da Tecidos Santanense. Seria uma megafusão inédita no setor. Só a Cedro, um grupo de 131 anos, fatura R$ 364 milhões e disputa o setor de índigo com Vicunha, Santista e a própria Santanense (receita líquida de US$ 48 milhões). Com a São José na operação, focada em tecidos para roupa profissional e índigo, a empresa estaria presente do fio ao produto final.
O primeiro passo do ambicioso projeto nasceu justamente na Santanense. Uma emanharada operação de aumento de capital acionário poderá dar o status de controlador à Coteminas. Basta o sinal verde dos atuais sócios-majoritários e um cheque de quase R$ 4 milhões para que a composição da Oxford, que detém a maior fatia de capital da Santanense, mude de mãos. Os atuais donos da Santanense têm 60,9% e o sucesso desse aumento de capital reduziria a sua parcela para 49,6% na Oxford. Em contrapartida, a Coteminas pularia de 39% para 50,4%. “Não há data para a finalização da operação”, afirma João Batista da Cunha Bomfim, diretor de relações com o mercado da companhia de José Alencar, que é comandada pelo filho Josué Gomes da Silva.
Bomfim desconversa quando o assunto é consolidação da indústria têxtil brasileira, que faturou US$ 23 bilhões no País e exportou US$ 1,7 bilhão no ano passado. Afirma que isso é assunto para Josué que, por sua vez, não atendeu a reportagem da DINHEIRO. Mas se o principal executivo do grupo fica em silêncio, o mercado especula como nunca sobre a necessidade de expansão da companhia dos Silva. “A Coteminas é focada em cama, mesa e banho e a compra da Santanense a coloca no cobiçado mercado de jeans. Também há uma sinergia entre as fábricas das duas companhias, que estão em Montes Claros (MG)”, acrescenta André Coppio, analista da Fama.
Dona de uma receita de R$ 1,27 bilhão, a empresa do vice-presidente do País tem uma holding, a Encorpar, cuja função é agrupar as participações que possuem em outros grupos. Na Cedro Cachoeira, a Encorpar tem 29% do capital total e 18,5% das ações com direito a voto. Na São José, a realidade é melhor ainda. A empresa de Alencar tem 36,8% das ações com direito a voto, o que facilitaria a união. “Estamos assistindo a um novo ciclo da indústria têxtil brasileira. Em vez de comprar equipamentos novos, os grandes grupos estão optando pela aquisição de empresas nacionais”, diz Haroldo Silva, gerente de economia da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).
O setor é quase unânime em dizer que a única forma de desenrolar o novelo é investir em tecnologia e ganhar escala. Não basta dominar passarelas de moda do planeta com belas modelos, produzir talentosos estilistas e exportar a marca Brasil.
É necessário eficiência, porque a concorrência é monstruosa. Envolve países ricos e em desenvolvimento, como a China, responsável pela compra de um terço das máquinas têxteis no mundo
Agora sera se sai ?http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/6043_A+COSTURA+GIGANTE+DA+COTEMINAS
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