Boa noite, atualizando leitura.
Erros Operacionais Frustram Presidente da Coteminas
Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas, fala sobre o varejo: "Esperávamos crescimento significativo, dado o aumento no número de lojas monomarcas"
O foco de crescimento da Coteminas no varejo foi prejudicado no segundo trimestre pelo inverno tardio e menos intenso, pela desaceleração do consumo no país e por problemas de planejamento da própria companhia.
A empresa - que controla a fabricante de artigos de cama, mesa e banho Springs Global - terminou junho com 25 lojas a mais da MMar...
Boa noite, atualizando leitura.
Erros Operacionais Frustram Presidente da Coteminas
Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas, fala sobre o varejo: "Esperávamos crescimento significativo, dado o aumento no número de lojas monomarcas"
O foco de crescimento da Coteminas no varejo foi prejudicado no segundo trimestre pelo inverno tardio e menos intenso, pela desaceleração do consumo no país e por problemas de planejamento da própria companhia.
A empresa - que controla a fabricante de artigos de cama, mesa e banho Springs Global - terminou junho com 25 lojas a mais da MMartan do que tinha um ano antes e introduziu no período as 43 lojas da Artex no mercado. As vendas no varejo cresceram 16,7% no segundo trimestre, somando R$ 50,2 milhões. Mas o presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, esperava mais. "Esperávamos crescimento significativo, dado o aumento no número de lojas monomarcas", afirmou.
Somente no segundo trimestre, foram abertas quatro lojas MMartan (cujo foco é a classe A), que hoje totalizam 173, das quais 47 são próprias. A rede Artex (mais voltada para a classe B) também ganhou quatro novas lojas. A marca Santista (direcionada para as classes C e D), por sua vez, segue a estratégia de se manter em multimarcas.
Além dos efeitos do clima e da situação macroeconômica - fatores que afetaram varejistas têxteis de modo geral -, a Coteminas teve problemas internos, de planejamento. Segundo o executivo, a empresa errou no tempo entre o pedido e a chegada das mercadorias às lojas, o que gerou um desabastecimento. "Houve atrasos no desembaraço aduaneiro de produtos importados das linhas MMartan e Casa Moysés", explicou em nota ao mercado, a Springs Global.
E houve outro erro: nas lojas MMartan - que vendem as marcas MMartan, MMartan Premuim e Casa Moysés - maior espaço foi ocupado pelos produtos premium. "Mas percebemos que o cliente demanda muito a marca Moysés, que tem foco na mais alta classe de renda", explicou Silva.
Apesar das expectativas frustradas no varejo, nos resultados totais a Springs Global apresentou no segundo trimestre receita líquida de R$ 394,1 milhões, alta de 20,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Desse montante, 61,6% foi representando pelo mercado interno, que cresceu 6,4%, enquanto as vendas no mercado externo avançaram 52,6%.
Dos R$ 242,4 milhões em vendas no mercado doméstico, 21% vieram do varejo. A área de cama, mesa e banho representou 57% dos resultados, com R$ 138,4 milhões e alta de 11,8%, enquanto as vendas dos produtos intermediários (que incluem os fios e tecidos de algodão) caíram 11,9%, para R$ 54 milhões.
Assim, o lucro líquido da Springs Global no período totalizou R$ 3,5 milhões. O número é melhor do que o resultado negativo de R$ 148,4 milhões contabilizado um ano antes.
Para o segundo semestre, Silva espera um desempenho melhor da empresa, principalmente das monomarcas. Segundo ele, o ritmo de expansão da economia brasileira tende a acelerar, o consumidor já começa a reduzir seus níveis de inadimplência e o mercado deve começar a sentir os efeitos da queda na taxa de juros. Além disso, o mix das lojas MMartan já está sendo corrigido, a empresa vai abrir as lojas Artex para o sistema de franquias e inaugurou uma loja própria da Casa Moysés. Estão previstas novas 35 lojas das diferentes bandeiras da companhia.
Durante teleconferência, o executivo informou que os resultados do quarto trimestre não serão mais impactados pelas operações descontinuadas. "Agora, passamos a ter uma indústria enxuta e focada", ressaltou Silva.
A Coteminas está em meio a uma estratégia de reduzir sua exposição ao mercado norte-americano. Recentemente, a marca de lençóis Wamsutta foi vendida para a Bed Bath & Beyond. A empresa também tem em vista a venda de ativos industriais e imóveis nos EUA e no Brasil.
Em abril, a Coteminas propôs uma reestruturação societária e operacional, que inclui a migração da companhia para o Novo Mercado, na bolsa brasileira.
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