Recordes garantidos na exportação de açúcar
Autor(es): Mônica Scaramuzzo
Valor Econômico - 04/12/2009
O Brasil já bateu em 2009, até novembro, seu recorde histórico de exportações de açúcar. Nos primeiros onze meses do ano, os volumes embarcados totalizaram 22,067 milhões de toneladas, 25,9% mais do que em igual período do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pela consultoria Datagro.
Mesmo se e o país não exportasse nada em dezembro - o que é impossível -, a marca estaria garantida. O último recorde foi atingido em...
Recordes garantidos na exportação de açúcar
Autor(es): Mônica Scaramuzzo
Valor Econômico - 04/12/2009
O Brasil já bateu em 2009, até novembro, seu recorde histórico de exportações de açúcar. Nos primeiros onze meses do ano, os volumes embarcados totalizaram 22,067 milhões de toneladas, 25,9% mais do que em igual período do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pela consultoria Datagro.
Mesmo se e o país não exportasse nada em dezembro - o que é impossível -, a marca estaria garantida. O último recorde foi atingido em 2008, com 19,472 milhões de toneladas embarcadas, praticamente os mesmos volumes de 2007 (19,472 milhões de toneladas).
Em receita, os valores são igualmente recordes. Nos 11 meses do ano, as vendas atingiram US$ 7,45 bilhões. Em 2008, a receita total foi de US$ 5,5 bilhões. A expectativa de Plínio Nastari, presidente da Datagro, é que os embarques em dezembro somem 2 milhões de toneladas. Se confirmadas as estimativas, o Brasil encerrará o ano com volumes de cerca de 24 milhões toneladas voltados para o exterior.
O Brasil se beneficiou do enorme vácuo deixado por importantes países produtores no mercado internacional. O "fator Índia" foi determinante para isso. Segundo maior produtor e maior consumidor global de açúcar, o país enfrentou sérios problemas climáticos que afetaram sua oferta de cana.
"A Índia deverá se manter importadora [de açúcar] também em 2010", afirmou Nastari, lembrando que a recuperação da safra de cana deverá ocorrer a partir de outubro de 2010. Neste ano, os principais mercados para o açúcar brasileiro foram a Índia, Bangladesh e Argélia, para o produto a granel, e para Síria, Iêmen e Nigéria, para o tipo ensacado. Em 2010, além da Índia, a Rússia também será compradora.
Mesmo com a baixa demanda pelo álcool, a receita com os dois produtos (açúcar e etanol) também será recorde - o valor deverá chegar a quase US$ 10 bilhões.
A expectativa do mercado é de que os preços internacionais do açúcar, que atingiram este ano o maior patamar em quase 30 anos, sigam firmes até pelo menos o primeiro semestre de 2010. O ciclo de baixa ocorrerá nos meses seguintes com a entrada da nova safra de cana da Índia, a partir de outubro.
Os embarques de álcool recuaram drasticamente este ano, por conta da baixa demanda no mercado internacional e devem encerrar o ano com volumes abaixo de 3,5 bilhões de litros, ante 5,1 bilhões de litros em 2008 (e receita de US$ 2,39 bilhões).
De acordo com Nastari, a recuperação das exportações do álcool ocorrerá a partir dos próximos dois anos. Apesar da baixa performance das exportações do produto este ano, a demanda seguirá firme no mercado interno. Nastari estima que os estoques de passagem em maio, incluindo a produção da safra nova - de março a abril -, atinja 1,1 bilhão de litros.
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