SÃO PAULO - A Weg, maior fabricante de motores elétricos do Brasil, está trabalhando com um cenário de manutenção no crescimento de dois dígitos na receita em 2012, facilitado por uma valorização do dólar contra o real e por expansão da empresa em novos negócios, como geradores de energia eólica.
No primeiro semestre, a receita líquida cresceu 24 por cento. Embora grande parte da indústria brasileira tenha reclamado do real valorizado, a Weg conseguiu uma expansão de 45 por cento na receita em negócios internacionais, num desempenho melhor que os 10 por cento de crescimento ...
SÃO PAULO - A Weg, maior fabricante de motores elétricos do Brasil, está trabalhando com um cenário de manutenção no crescimento de dois dígitos na receita em 2012, facilitado por uma valorização do dólar contra o real e por expansão da empresa em novos negócios, como geradores de energia eólica.
No primeiro semestre, a receita líquida cresceu 24 por cento. Embora grande parte da indústria brasileira tenha reclamado do real valorizado, a Weg conseguiu uma expansão de 45 por cento na receita em negócios internacionais, num desempenho melhor que os 10 por cento de crescimento que teve no mercado interno.
Em entrevista recente à Reuters, o presidente-executivo da companhia, Harry Schmelzer Jr., comentou que o desempenho no Brasil não foi melhor por causa do acirramento da competição no país, que obrigou a empresa a reduzir preços.
Para o ano que vem, o executivo acredita que o mercado brasileiro de clientes industriais "vai crescer um pouco mais que o padrão deste ano".
"O que houve foi o aumento das importações desse mercado de máquinas. Mas agora esse problema pode tender a mudar com o câmbio".
"Acho que o nível de 1,80 (real por dólar) é um novo patamar que vai se manter e fazer com que a indústria brasileira seja mais competitiva e reveja alguns planos (de importação)", disse Schmelzer.
O executivo acredita que "em 2012 manteremos o padrão de crescimento de receita de dois dígitos deste ano".
A Weg encerrou o primeiro semestre com um caixa de 2,9 bilhões de reais e uma dívida bruta de cerca de 2,7 bilhões de reais.
Essa posição dá fôlego para a companhia trabalhar a compra de ativos após quatro aquisições em 2010, entre elas uma no México e outra na África do Sul, disse o executivo. Ele não descarta a Europa como alvo, apesar da crise de dívida soberana vivida pelo continente.
"O mercado caiu, está difícil de crescer lá, mas tem que estar no radar porque a Europa pode trazer oportunidades no médio prazo, inclusive de preços de ativos", disse Schmelzer quando perguntado se a empresa avalia expandir negócios na Europa.
Nas Américas, a Weg tem se preparado para capturar parcelas do mercado de transformadores de energia dos Estados Unidos, que movimenta 7 bilhões de dólares por ano, segundo o executivo.
A empresa assumiu em 2010 o controle da mexicana Voltran, fabricante de transformadores com a qual pretende atuar para abastecer o mercado norte-americano.
"A estratégia da área de energia da Weg em transformadores está focada nos EUA porque o mercado lá é gigante."
Mas, por enquanto, os principais investimentos em capacidade de produção da Weg estão na Índia e na China. A empresa investiu 70 milhões de dólares em uma fábrica de grandes motores na região de Bangalore que vai ajudar a dar competitividade aos negócios da companhia nos setores de energia renovável, petróleo e gás e cimento.
Na China, onde a empresa produz motores elétricos, "vamos dar passos maiores sem dúvida nenhuma em curto espaço de tempo".
ENERGIA EÓLICA
Schmelzer afirmou que as encomendas no Brasil na área de motores e automoção "estão bem" e que a empresa não sentiu sinais de queda nos últimos meses.
O segmento de energia está registrando adiamento de encomendas, com exceção de eólica.
"Na área de energia, as encomendas caíram com a crise (de 2008/2009) e ainda não retomaram. Houve postergações, engavetamento de investimentos. Os únicos investimentos que se vê em energia são na área de eólica com os leilões recentes."
A Weg acertou no início do ano uma joint-venture com o espanhol Grupo M. Torres Olvega Industrial (MTOI) para produção, venda e instalação de aerogeradores no Brasil.
Segundo Schmelzer a empresa pretende participar dos próximos leilões de energia eólica da Aneel como parceira no fornecimento de aerogeradores.
O presidente da Weg comentou que o segmento de energia eólica poderá movimentar 4 bilhões de reais por ano em encomendas de equipamentos no Brasil. "Imaginamos que no mínimo 500 milhões de reais por ano disso (aerogeradores) vai representar para a Weg."
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