Ações de tecnologia e mercado de startups concentram risco de bolha, diz presidente da BlackstoneQuando as empresas começam a ser avaliadas por múltiplos de receita, e não de lucro, esse pode ser um sinal de preços inflados, diz Stephen SchwarzmanPor Naiara Bertão, Valor Investe — São Paulo08/11/2021 11h19 Atualizado há 5 horasQuando as empresas começam a ser avaliadas por múltiplos de receita, e não de lucro, esse pode ser um sinal de preços inflados, e que muitas delas não vão sobreviver no longo prazo. A análise é de Stephen Schwarzman, empresário, cofundador e presiden...
Ações de tecnologia e mercado de startups concentram risco de bolha, diz presidente da BlackstoneQuando as empresas começam a ser avaliadas por múltiplos de receita, e não de lucro, esse pode ser um sinal de preços inflados, diz Stephen SchwarzmanPor Naiara Bertão, Valor Investe — São Paulo08/11/2021 11h19 Atualizado há 5 horasQuando as empresas começam a ser avaliadas por múltiplos de receita, e não de lucro, esse pode ser um sinal de preços inflados, e que muitas delas não vão sobreviver no longo prazo. A análise é de Stephen Schwarzman, empresário, cofundador e presidente da Blackstone, uma gigante americana que atua na gestão de investimento em private equity, que investe em empresas de capital fechado, fora da bolsa. O executivo vê com preocupação os preços das empresas de tecnologia listadas em bolsa há mais tempo, mas acredita que o risco ainda maior está nas avaliações de startups que estão recebendo investimento de fundos de venture capital e private equity, especialmente diante da perspectiva de que o banco central americano comece a subir a taxa de juros no ano que vem.Os comentários foram feitos durante a participação de Schwarzman em evento on-line organizado pela Empiricus. Quando questionado sobre se o mercado de ações americano como um todo estaria vivendo um crescimento sustentável ou um início de bolha que pode estourar em breve, ele riu e brincou: “o povo diz que as árvores não crescem até céu”.Ele entende, porém, que os preços mais esticados se concentram no mercado de tecnologia, que se beneficiou fortemente da pandemia, com todos em casa e trabalhando e comprando remotamente. “As bolhas estão na área de tecnologia. Como as pessoas começam a discutir o valuation (valoração) das empresas em múltiplos da receita (e não de lucro), há perspectivas pequenas de serem todas rentáveis. Esse pode ser o sinal de pico nesse tipo de empresa. Isso não significa que elas não sobreviverão a isso, mas algumas não vão mesmo”, disse ele.Quando perguntado sobre as startups, empresas de tecnologia que são investidas por fundos de private equity e venture capital e estão abrindo capital na bolsa de valores, Schwarzman diz que aí sim há muitas empresas supervalorizadas e “vamos ver efeitos disso”, se referindo a estouro de bolhas.Para o presidente da Blackstone, o aumento de taxa de juros nos Estados Unidos, que vai ocorrer possivelmente no decorrer do próximo ano com o objetivo de combater a inflação por lá, é um natural redutor do ritmo de crescimento do mercado de ações de forma geral. “Com o aumento dos juros para conter a inflação, os mercados vão ter que se reajustar”, disse. “Provavelmente haverá algumas correções à medida que passarmos por essa transição, mas a recuperação continuará na economia (real), o que também impulsiona os mercados. Estivemos na posição ideal no último ano e meio com relação ao mercado de ações, mas não vai continuar assim tão perfeita no futuro. Não sei dizer, porém, como isso se traduz no mercado”, acrescentou o executivo, que teve uma versão traduzida do seu livro "What It Takes" recém-lançada pela Editora Intrínseca no Brasil, com o nome “Como chegar lá – Lições na Busca por Excelência”.Imagem do BrasilSobre o Brasil, ele disse que os investidores estrangeiros sabem que é um país com economia pulsante e que deve ter um alto crescimento continuado. Porém, há preocupações com relação à estabilidade da moeda. “É isso que faz com que o Brasil se torne um mercado em que não é uma obrigação investir, por causa da instabilidade da economia". Isso é diferente outros lugares mundo, como os mercados asiáticos, por exemplo, que recebem mais atenção por parte dos investidores mundiais, explicou o executivo.Ele também acrescenta que outras preocupações sobre o Brasil estão na alta da inflação e da taxa de desemprego, que não é ponto de tanta atenção em outros lugares.LivroEm seu livro recém-lançado no Brasil com o título de “Como chegar lá – Lições na Busca por Excelência”, o empresário traz 25 regras de como alcançar o sucesso, que valem para qualquer profissional, independentemente de qual ramo ou tipo de empresa atue. Ele explica que quando fala e de "excelência" no livro, ele se refere ao ato de fazer as coisas da maneira correta e de modo que traga um excelente resultado. Um time de futebol, por exemplo, precisa ter uma série de fatores confluindo para chegar à excelência, como bons técnicos, jogadores, harmonia entre a equipe e cooperação – quase como “um lindo concerto de orquestra sinfônica”, disse.Porém, o sucesso, em sua visão, é muito relativo, e depende de como cada um o enxerga. Seu pai, por exemplo, nunca teve intenção de construir um império e se contentava com o pequena comércio que tinha, o que, em sua visão, era já um sucesso para ele. Schwarzman defende, porém, que as pessoas estejam abertas não apenas a identificar o seu sucesso e objetivos para chegar lá, mas também que devem estar dispostas a entender como outros definem o sucesso e buscar, sempre, resultados excelentes.https://valorinveste.globo.com/google/amp/mercados...
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