O tsunami no varejo brasileiroShein e Shopee investem em logística, buscam fornecedores locais e fazem acordo com governo, enquanto AliExpress patrocina evento de e-commerce do paísPor Lucas Sampaio3 ago 2023 07h15-Atualizado 13 horas atrásEm meio à polêmica sobre a isenção do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50 e o programa Remessa Conforme, varejistas asiáticas como Shein, Shopee e AliExpress têm aumentado consideravelmente seus investimentos no Brasil – que já está entre os maiores mercados para as três empresas.Para piorar o cenário de competi...
O tsunami no varejo brasileiroShein e Shopee investem em logística, buscam fornecedores locais e fazem acordo com governo, enquanto AliExpress patrocina evento de e-commerce do paísPor Lucas Sampaio3 ago 2023 07h15-Atualizado 13 horas atrásEm meio à polêmica sobre a isenção do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50 e o programa Remessa Conforme, varejistas asiáticas como Shein, Shopee e AliExpress têm aumentado consideravelmente seus investimentos no Brasil – que já está entre os maiores mercados para as três empresas.Para piorar o cenário de competição para as varejistas brasileiras, outras empresas como a Temu (a pronúncia é “Timo”) devem desembarcar no país em breve. E cada vez mais redes sociais chinesas, como o TikTok e o Kwai, vão apostar na venda de produtos em suas plataformas através do live-commerce (em que uma pessoa interage com internautas e vende os produtos em uma transmissão ao vivo, dentro da plataforma).Shein, Shopee e AliExpress entraram no Brasil há poucos anos, mas já conquistaram uma fatia considerável do mercado. A Shopee tem atualmente a maior operação no país, com 7 mil funcionários, vários andares alugados na Faria Lima, em lajes corporativas de luxo, e mais de 120 mil m² de galpões logísticos classe A. Parte do grupo Sea Limited, a empresa diz que 85% das suas vendas já são de vendedores locais, não de produtos importados, e que já tem mais de 3 milhões de sellers em sua plataforma — o marketplace (3P) do Magazine Luiza, por exemplo, tem 281 mil.Shein (a pronúncia é “She-in”, ou “ela dentro”) e AliExpress têm operações locais menores e não revelam quantos vendedores têm nas suas plataformas, mas também têm escritórios na Faria Lima e não ficam para trás nos investimentos (tanto em gastos com infraestrutura como também com tecnologia). Parte do grupo Alibaba, a AliExpress tem a menor operação logística das três no Brasil, mas traz oito voos semanais de mercadorias da China.A Shein, que também usa o frete aéreo para suas importações, há poucas semanas fez uma locação que surpreendeu o mercado: alugou da GLP um galpão logístico em construção de 135 mil m², em Guarulhos (ela já ocupa 80 mil m² em dois galpões no empreendimento, que fica próximo ao aeroporto internacional de Cumbica e tem locatários como Amazon e Magazine Luiza).“Essa locação realmente surpreendeu. Até os diretores da Colliers achavam que eu tinha recebido a informação errada”, afirma Leandro Braga, head de inteligência de mercado da Colliers International do Brasil, sobre a locação da Shein. Ela foi, até agora, a maior transação do ano (a segunda maior foi para o Mercado Livre, que alugou 107 mil m² no Prologis Castelo 46), e a gigante chinesa também ocupa outros dois galpões menores, um deles em Embu das Artes.Para efeito de comparação com as varejistas consolidadas no país, a Colliers diz que os maiores inquilinos em centros de distribuição de alto padrão construtivo são Mercado Livre (com cerca de 1,2 milhão de m² de área locada), Amazon (427 mil m²) e Magalu. A Magalu informa que tem 868 mil m² de área alugada, dos quais 792 mil m² são da marca e o restante está dividido entre Netshoes, Kabum e Época Cosméticos (e que 80% dos seus galpões são classe A). Amazon e Meli não confirmaram o tamanho de suas operações.As varejistas asiáticas já alteraram o tabuleiro de disputa no país, afirma Tiago Berta, fundador do Fórum E-commerce Brasil (maior evento de comércio eletrônico do país, que reuniu mais de 21 mil congressistas em São Paulo na semana passada). “Aqui tem cinco empresas (grandes), e o mercado estava passando por uma consolidação”, afirma Berta sobre Mercado Livre, Amazon, Magalu, Via e Americanas. “Agora entraram as asiáticas e a concorrência aumentou. E virão mais empresas de lá.”https://www.infomoney.com.br/business/o-tsunami-no...
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