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- Dono
Singh destacou que houve uma mudança histórica nas condições econômicas da América Latina em relação ao quadro encontrado em 1990 com a maior sólidez dessas economias, mas que uma possível piora do cenário externo poderá impactar negativamente o crescimento da região. ´O choque na América Latina com uma possível desaceleração da economia dos Estados Unidos será muito limitado, entretanto, se as condições do mercado financeiro piorarem o choque será mais acentuado´, diz.
Singh afirmou que acredita na capacidade do Brasil de manter um crescimento sustentável, mas para que o País atinja a consolidação econômica deve evitar a repetição de episódios de crescimento cíclico.
O diretor do FMI destacou o aumento do investimento no Brasil, impulsionado pelo crescimento do investimento estrangeiro direto e pelo boom no mercado de capitais, e enfatizou que para o Brasil crescer no longo prazo deve continuar a atrair recursos e manter a solidez fiscal.
No entanto, o aumento do preço dos alimentos e do petróleo no mercado internacional pode trazer riscos de pressões inflacionárias, mas que as autoridades monetárias devem buscar minimizar esses choques.
Na avaliação de Singh, o Brasil apresentou uma melhora nos fundamentos macroeconômicos, com o aumento das reservas internacionais e a redução da dívida pública. No entanto, os gastos ainda são insuficientes para o investimento em infra-estrutura e redução da pobreza. ´A redução da pobreza é um processo que leva tempo, mas o mais importante é reduzir os choques de volatilidade do crescimento´, afirma.
Para isso, segundo Singh, o governo deve promover esforços para reduzir o ritmo de crescimento das despesas públicas correntes.
(Silvia Regina Rosa - InvestNews)