dahui
- Dono
- 847
- 22/06/2007
RELATORIO RESERVADO 17/09
ABN Amro usa “fator Alfa” para crescer no ranking bancário
Enquanto o Itaú espalha a intenção de adquirir 50% do BMG, o ABN Amro trabalha em silêncio. Vem mantendo entendimentos com Aloysio Faria para a compra do Banco Alfa, criado a partir de uma costela do Real, por sua vez adquirido pelos próprios holandeses em 1998. O preço de venda acertado é de duas vezes e meia o valor patrimonial, o que equivaleria a cerca de R$ 2 bilhões. Procurado pelo RR - Negócios & Finanças, o ABN Amro não se pronunciou a respeito da informação. Também
consultado, o Banco Alfa negou qualquer tratativa com o grupo holandês. De acordo com a fonte do
RR, a operação só não foi fechada devido à disputa pelo controle do ABN Amro, travada entre o Barclays e o consórcio Santander/Royal Bank of Scotland/Fortis. A aquisição do Alfa é estratégica
para a atuação do grupo no Brasil, seja quem for o seu futuro controlador – ingleses, escoceses, espanhóis ou os próprios holandeses. O ABN Amro não conta com um banco de investimentos no país.
Além disso, a operação poderá ser uma cereja no sundae do Santander, caso ele vença a batalha pelo controle do banco holandês. Com o ABN Amro e o Alfa, os espanhóis chegariam a R$ 280 bilhões em ativos totais no Brasil. Passariam o Itaú (R$ 255 bilhões) e ficariam só atrás do Bradesco (R$ 290
bilhões em ativos totais).
O Alfa tem até destoado dos estelares resultados da banca nacional. No primeiro semestre, teve lucro de R$ 44 milhões, que, anualizado, projeta uma rentabilidade de 11% sobre o patrimônio. Os resultados contidos se devem à gestão conservadora, marca de Aloysio Faria. Além das operações de atacado, a
aquisição também permitirá ao ABN Amro dar um salto no crédito direto. Um dos principais negócios do Alfa é o segmento de veículos, motor de arranque da Aymoré, a financeira do ABN Amro.