fscarpelli
- Dono
- 274
- 07/04/2008
Gráfico Intraday: Centrais Eletricas Brasileiras SA | Gráfico Longo-Prazo: Centrais Eletricas Brasileiras SA |
As perspectivas para a atividade de geração de energia do Sistema Eletrobrás não apontam alterações expressivas no curto/médio prazos. As controladas Furnas, Chesf e Eletronorte venderam praticamente a totalidade da energia nos leilões de empreendimentos existentes realizados pelo Governo, mas a preços desfavoráveis, principalmente os obtidos no primeiro leilão realizado em dez/04, quando foi comercializado grande volume de energia com contratos de oito anos, com lotes a serem entregues a partir de 2005, 2006 e 2007. Lembramos que em 2004 as geradoras do Grupo, principalmente Furnas, encontravam-se com elevado montante de energia descontratada, sendo comercializada no mercado spot, a preços extremamente reduzidos. Desta forma, os baixos preços contratados no primeiro leilão vão limitar o crescimento do resultado de sua atividade ainda nos próximos anos (até 2012).
No longo prazo, é esperado que o preço da energia (segmento geração) venha a alcançar patamar mais satisfatório, o que poderia beneficiar as subsidiárias da Eletrobrás. Entretanto, há dúvidas com relação à 2ª. renovação das concessões na área de geração. O Governo poderá exigir uma contrapartida nessas renovações, que seria exatamente a prática de tarifas mais baixas, sob o argumento de que essas usinas estão em grande parte depreciadas. Se tal ocorrer, a empresa continuaria com baixa rentabilidade inclusive após 2012.
Com relação aos dividendos devidos e não pagos, no valor de R$ 9 bilhões em set/08, a última informação que obtivemos é de que eles serão pagos no 1 tri 09. Existia uma intenção do Governo em resolver a questão ainda em 2008, mas isto esbarra no problema das metas de superávit primário, daí ter sido adiado para 2009. O Governo Federal (União, BNDES e FND) é um dos maiores beneficiários, uma vez que possui 78% das ações ON.
Também destaca-se a questão relacionada às chamadas “empresas federalizadas” e seus consecutivos prejuízos, como é o caso de Ceam, Ceal, Ceron, Eletroacre e Cepisa, o que também prejudica a performance da Eletrobrás. Algum tipo de solução, ainda não esclarecida, deverá acontecer, segundo intenção recentemente anunciada pela empresa.
A solução de todos esses problemas, dividendos das ON, empresas federalizadas, renovação das concessões, garantia de não entrada em projetos com baixo retorno, caso venha a ocorrer, poderia colocar a empresa em outro patamar, muito superior ao atual.