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Notícia: Política - Política: Viagem De Lula À China Rende Dividendos

CordeiroVargas
  • Dono
SÃO PAULO, 21 de maio de 2009 - Quanto ganhamos com a viagem do presidente da República Popular do Brasil à China


Aproveitando a visita oficial do presidente Lula à China, num road show de apresentação das maravilhas do Brasil e assinaturas de acordos bilaterais, resolvi escrever este artigo. Quem deve ter gostado mesmo dessa visita foi o pessoal da BRF, a nova empresa formada entre Sadia e Perdigão. Devem estar esfregando as mãos diante da notícia de que o mercado chinês finalmente está aberto para o frango brasileiro.


Fiquei pensando o seguinte: se cada chinês comer uma asinha de frango por semana, terá comigo 100 gramas no final de um mês. Tomando-se a população de 1.400.000.000 de chineses, serão 140 bilhões de gramas mensais, ou 140.000.000 quilos ou 140 mil toneladas. Não se perca nos números nem no raciocínio. Levando em consideração o volume que o Brasil exporta por mês, daria um aumento de 50%. Assim, o País passaria das 3,6 milhões de toneladas do ano passado para 5,4 milhões de toneladas.


Para tudo isso, basta fazer uma campanha para convencer os chineses a seguirem nesse padrão de consumo. É uma mostra de como é importante o mercado da China, candidata ao posto de maior economia do mundo. O certo é que a abertura que acontece numa velocidade impressionante, levando o país a um mundo que definitivamente não tem nada de socialista, permite à China, cada vez mais, candidatar-se à disputa mundial de capitais com grandes vantagens em termos competitivos quando se leva em conta exclusivamente o tamanho do mercado de consumo. Acontece que quem investe não olha apenas isso. Pensa da infra-estrutura, nas questões políticas, na estabilidade do jogo, representada por ausência de sustos e uma legislação que garanta o retorno de capitais. Ou seja, todo mundo gosta da chamada economia de mercado e do estado direito, ou melhor, estado democrático de direito.


Mas a visita de Lula à China traz ainda dividendos na área do petróleo, o que favorece a Petrobras num momento especialmente delicado com a instalação da CPI, e na área automobilística, com o anunciado investimento chinês na instalação de uma montadora. Nesse aspecto específico, as montadoras locais devem colocar as barbas de molho. É bom sempre ver o exemplo do que aconteceu no segmento de motos. A chegada das chinesas, muitas delas com a cara das Hondas e Yamahas do século passado, fizeram com que os preços ficassem em patamares impensáveis. Isso explica porque andar de ônibus no Brasil é mais caro do que comprar uma moto financiada. Nos carros pode ocorrer o mesmo. Hábeis copiadores, ágeis em adaptações daquilo que dá certo, rápidos nos negócios e com custos de produção e mão-de-obra sempre menores em relação ao chamado mundo capitalista, a China deve aproveitar a deixa.


Os especialistas em carros, como meu amigo Paulo Campo Grande, da Quatro Rodas, diz que eles têm boas soluções urbanas e preços imbatíveis, a resistência seria a falta de tradição. Vale lembrar que a GM, nos EUA, assinou um protocolo que prevê a venda de carros chineses no mercado americano, como parte das soluções para sua recuperação. Num documento interno, a fábrica prevê a venda de 17.335 veículos chineses em 2011, com uma projeção de até 51.546 unidades comercializadas nos EUA em 2014.


Vejam, portanto, como rendeu a viagem do presidente Lula. Na sua ausência, com seu conhecimento pleno, era anunciada a gigante multinacional brasileira no campo dos alimentos. Na coletiva, até como um dos argumentos de defesa da associação ao Cade, a informação subliminar de que há ainda no Brasil muitos rincões a serem conquistados pelas duas marcas. Ou seja, fica implícito que uma das intenções, e que terá impacto favorável no preço, é tentar baratear e estabelecer linhas de produtos que cheguem a todas as camadas da população.


Num país onde o Bolsa Família atende a mais de 11 milhões de famílias e representa o maior programa de distribuição de renda que se tem notícia, não é difícil entender porque o presidente Lula tem aceitação superior a 80%. Depois dizem que popular é a China.


(Eleno Mendonça - Análise&Opinião)


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  • 21 Mai 2009, 14:37
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