O mega-empresário Eike Batista autorizou o banco BTG a iniciar um processo de venda da companhia OGX para atrair novos sócios ao negócio. Com as ações da empresa reduzidas a centavos, Eike Batista empenha-se em buscar compradores para a petroleira como último lance para salvá-la.
O empresário, que detém hoje 59% das ações da companhia, já aceitou abrir mão de seu controle para viabilizar a operação. O próprio BTG já manifestou interesse em assumir uma parcela da empresa se necessário.
Para banqueiros, é mais fácil conseguir um bom preço negociando a OGX por fatias em vez de tentar passá la a um só comprador. Assim, o risco se dilui entre os novos sócios, que tenderiam a exigir desconto menor no valor a pagar. Há consenso entre os banqueiros do BTG e os executivos do grupo EBX de que a venda não será fácil, diante do baixo valor de mercado e das dificuldades de caixa da empresa.
A fatia final que restará a Eike, caso o processo seja bem-sucedido, é incerta, pois dependerá de quanto os investidores estarão dispostos a desembolsar pela empresa. Não se descarta, no entanto, a possibilidade de a porção do empresário ser reduzida a até 25%, abrindo espaço para aportes maiores na OGX.
Entre os interessados, está a petroleira russa Lukoil, que iniciou conversas com o grupo neste ano para assumir até 40% da OGX. A negociação, porém, não será mais exclusiva.
Além de eventuais parcerias em campos operados pela Petrobras, executivos da OGX esperam conseguir vender o braço petrolífero do grupo EBX como parceira ideal para empresas estrangeiras investirem no pré-sal, cujas licitações serão coordenadas pela estatal.