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Ano deve ser de fusões e aquisições, diz executiva; BTG tem corrida por mandatos

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Este pode ser o ano das fusões e aquisições, acredita Carolina Lacerda, diretora de Mercados de Capitais da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Segundo ela, há muita coisa acontecendo, não só por empresas vendendo ativos como também pela alta do dólar, já que muitas empresas pequenas ainda tinham dívidas indexadas à moeda americana que estão sofrendo. “Acreditávamos que o pessoal tinha aprendido a lição em 2008, mas pelo jeito, não”, diz.

Há muitas empresas quebrando em todos os níveis da cadeia, desde pequenas, médias, até grandes, e em todos os setores, diz a executiva. “Alguns segmentos de varejo que tinham perdido espaço quando as classes D e E passaram para a classe C agora estão voltando a ganhar com a queda da renda, mas no geral vejo muitas empresas com problemas”, diz. E essas empresas são candidatas a serem vendidas ou se unirem para ganhar escala.

Estrangeiros ainda machucados

Ela não vê grande apetite dos fundos de private equity estrangeiros porque muitos formaram suas carteiras com recursos do exterior quando o dólar estava em R$ 2,30, há um ou dois anos. “Esses estão muito machucados, diante de um dólar hoje de R$ 4″, diz. Alguns montaram estruturas, escritórios aqui, prevendo retornos de 25% ao ano e por isso precisam achar negócios muito bons, o que limita as suas compras.

Locais terão vantagem

Ao mesmo tempo, o momento é bom para os investidores locais, como fundos ou empresas de Family offices de famílias que venderam suas empresas e agora querem voltar a investir, e conhecem bem o Brasil. Outros são fundos soberanos, que também investem no longo prazo. “O fundo local vê uma oportunidade que é arriscada para um estrangeiro e diz ‘eu toco’, contando que daqui três anos vai vender esse negócio para um investidor estratégico depois que o risco diminuir”, explica Carolina.

Endividamento e falta de crédito

Outro fator que deve incentivar as operações de fusões e aquisições é a necessidade, provocada pelo endividamento elevado ou a queda nas vendas que podem justificar uma união ou venda para sobrevivência. “A torneira do crédito fecou e é o momento de empresas familiares avaliarem sinergias que forcem um movimento de mercado maior”, diz. E há ainda o fator câmbio, que faz com que empresas que nunca olhara para o Brasil, diante da forte desvalorização do real, comecem a procurar oportunidades aqui. ”Há muita movimentação de fusão e aquisição e muitas vão ser fechadas em 2016, até porque o Brasil tem ainda a vantagem de permitir ao comprador amortizar o ágio, o que pode não durar para sempre”, diz.

Bancos ajustam e reduzem estrutura

Sobre os bancos de investimentos, Carolina diz que o segmento já se ajustou à queda nas operações de mercados de capitais. “Bancos estrangeiros que costumavam ter 30, 35 pessoas em suas equipes, agora tem 10, 15, mas isso já vem acontecendo há um ano”, afirma. Ela lembra que essa é uma reação natural, já que o potencial de ganhos, ou seja, o total de comissões do mercado, está bastante reduzido. “O ganho dos bancos nas emissões é maior na renda variável, que permite cobrar por mais serviços, enquanto o ganho da renda fixa é menor”, diz. “Por isso o mercado está também mais focado em fusões e aquisições”.

BTG e a crise

Sobre a crise que atinge o BTG Pactual, um dos principais bancos de investimentos do país, após a prisão de seu presidente, André Esteves, Carolina diz que está ocorrendo uma corrida de outros bancos para conquistar os mandatos da instituição, que era uma das mais ativas estruturadoras de emissões de renda fixa e variável e de fusões e aquisições. “Como já foi noticiado, todos os bancos estão procurando ganhar os mandatos, o que é normal em um momento como este, em que a instituição perde o foco”, afirma, lembrando que algumas das operações envolvem ativos do próprio BGT, o que cria uma “bola de neve”. ”Há grupos criando consórcios para comprar os ativos do BTG que estão sendo colocados a venda”, explica. Segundo ela, não há uma demanda de outros bancos pelos executivos do banco porque o mercado já estava ofertado.

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