O Banco Central anunciou há pouco o segundo leilão de swap cambial reverso, que funciona como compra de dólar do mercado, pressionando as cotações para cima. O BC já havia vendido 40 mil contratos, equivalentes a US$ 2 bilhões, logo pela manhã, na abertura dos negócios, e depois, às 10 horas, anunciou o segundo leilão, também de 40 mil contratos. O movimento mostra que o BC não quer deixar a cotação da moeda americana cair muito abaixo dos R$ 3,50, como aconteceu ontem, e mostra disposição firme em reduzir a volatilidade do mercado, que ontem atingiu o nível mais alto desde a perda do grau de investimento em setembro do ano passado, explica Pablo Stipanicic Spyer, da Mirae Asset. A volatilidade implícita do dólar chegou a 29% anualizados ontem, ou seja, a moeda poderia subir ou cair o equivalente a 29% ao ano em um só dia, uma taxa só superada pelos 31% de setembro do ano passado.

A ação o BC chegou a puxar a moeda para cima, para R$ 3,559, 1,83% acima do fechamento de ontem, mas as cotações começaram a recuar, o que fez o BC anunciar o segundo leilão. Segundo Spyer, ainda há muita pressão vendedora no mercado.

Há pressão tanto local quanto internacional para a queda da moeda americana, afirmam analistas. No exterior, o receio de desaquecimento mundial pressiona o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a manter os juros baixos. No Brasil, o avanço do impeachment na Câmara cria a expectativa de melhora na economia que poderá atrair mais capitais externos.