Recuo do consumo, juros altos, contração do crédito tanto interno quanto externo e a instabilidade internacional são alguns dos fatores que afetam os resultados das companhias. Conforme levantamento da Sabe Consultoria, mesmo com um aumento de 13% nas receitas em 2015 ante o ano anterior, o resultado líquido do conjunto das 308 empresas listadas na BM&F Bovespa (BOV:BVMF3) ficou negativo em R$ 66 bilhões no ano passado, o que anulou todo o lucro obtido em 2014. A margem líquida saiu de 7,58% no ano de 2014 para -6,71%. Os dez maiores prejuízos vieram de Vale (BOV:VALE3 e BOV:VALE5), Petrobras (BOV:PETR3 e BOV:PETR4), Eletrobras (BOV:ELET3 e BOV:ELET6), BNDESPAR, Oi (BOV:OIBR3 e BOV:OIBR4), Gerdau (BOV:GGBR3 e BOV:GGBR4), Gol (BOV:GOLL4), Usiminas (BOV:USIM5), PDG Realt (BOV:PDGR3) e Bradespar (BOV:BRAP3 e BOV:BRAP4), que somaram R$ 131 bilhões.
Não há expectativa de reversão do quadro no médio prazo. As projeções são de nova queda do PIB. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, será de 3,73% neste ano, embora muitos economistas acreditam em um recuo acima dos 4%. “Para as companhias abertas, a mediana e as principais medidas de distribuição dos indicadores de rentabilidade e capacidade de pagamento apresentaram deterioração relevante durante 2015, causada pela queda de lucros e aumento das despesas financeiras e do endividamento líquido, ante a relativa estabilidade da geração operacional de caixa das empresas”, explica o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado nesta quinta-feira pelo BC.
A piora do cenário e a falta de caixa levam empresas a renegociar suas dívidas. De 2014 para 2015, o volume de crédito renegociado nos cinco maiores bancos brasileiros cresceu 11,6%, atingindo R$ 67,3 bilhões. Luiz Guilherme Dias, diretor da Sabe, considera que, a isso, se somarão demissões e venda de ativos para evitar a recuperações judiciais. “Com tendência de inadimplência crescente, os bancos deverão elevar seus provisionamentos para devedores”, acrescenta. Dívidas com atrasos superiores a 90 dias registraram crescimento de 47% em 14 meses, (dezembro de 2014 a fevereiro último). Já o provisionamento dos bancos contra os calotes atingiu recorde em 2015, indo a R$ 68,8 bilhões.
Mesmo assim, os bancos demonstraram lucratividade crescente. Somados, os lucros dos dezesseis principais com ações listadas na BM&FBOVESPA chegam a R$ 67,7 bilhões, 30% a mais que 2014, conforme dados da Sabe. Tal resultado não deve se repetir em 2016. Na avaliação do BC, a inadimplência mais elevada implicará em maiores despesas com provisões, acarretando queda das margens líquidas de intermediação e crédito, o que pressionará a rentabilidade do sistema, especialmente dos bancos públicos, que têm maior proporção de linhas de crédito de menor margem. Ao mesmo tempo, a perspectiva de baixo crescimento das concessões continuará contraindo a participação do crédito no resultado dos bancos. Com isso, as receitas de serviços, seguros e cartões devem ganhar importância nos lucros líquidos das instituições.
Os bancos preservam a cautela na concessão de crédito, renegociando e reestruturando as dívidas dos tomadores e, no caso dos privados, aumentando de modo significativo a cobertura de provisões para a inadimplência, concomitante à ativação de créditos tributários. Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, a pré-inadimplência das empresas, que constitui indicador antecedente da inadimplência, subiu ao longo dos últimos seis meses de 2015. O maior valor histórico da série ocorreu em outubro de 2015: 5,04%. Tal crescimento indica provável aumento da inadimplência no próximo semestre e continuidade do ciclo de renegociações de créditos.
Aumento de provisionamento por parte dos bancos somado à inadimplência crescente e à necessidade de caixa do lado das empresas devem levar o governo a pensar medidas para ampliar a oferta de crédito, de forma a conter uma quebradeira. Uma das possibilidades é liberar os compulsórios, para os bancos aumentarem o volume de crédito, compensando, em parte, o crescimento dos provisionamentos. Esta medida, entretanto, depende do Banco Central. O Ministério da Fazenda estuda elevar o limite de faturamento (de R$ 120 mil ao ano para R$ 360 mil) que habilita as empresas a obterem recursos do programa de microcrédito voltado para micro e pequenas empresas. No entanto, em meio ao processo de impeachment, dificilmente um pacote econômico sairá do forno num futuro próximo.
Ana Borges é diretora da Compliance Comunicação
A BOVESPA capitaliza os especuladores, a PETR4 entao enquanto os inocentes anlisam gráficos e pagao cursos p/aprender como operar, os Eike da bolsa seguem lucrando.
Sim estou querendo que vocês desbloqueia esse cartão de credito que possa receber esses bilhões que nunca recebi esse dinheiro que esta tudo acumulado cartão visa nacional .