Fraudes na reforma agrária em três estados do Nordeste podem chegar a R$ 80 milhões. A estimativa é da Controladoria-Geral da União, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, que iniciaram hoje (10) uma operação para desarticular o esquema criminoso.
Cerca de 50 policiais federais e nove auditores da controladoria fazem parte da Operação Terra Arrasada, que inclui, além da Paraíba, os estados do Rio Grande do Norte e de Pernambuco.
Iniciadas em 2014, as investigações chegaram a irregularidades e desvios na aplicação de dinheiro público em contratos de Assistência Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária, sob a responsabilidade da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Paraíba.
Os contratos foram feitos pelo Incra com instituições públicas e privadas, entidades representativas dos trabalhadores rurais e organizações não governamentais ligadas à reforma agrária.
Os órgãos de controle envolvidos na operação verificaram que houve montagem em processos de chamadas públicas, participação de servidores e seus parentes na execução dos projetos, pagamento de serviços não prestados e manipulação de documentos para burlar a fiscalização da controladoria-geral.
A 16ª Vara da Justiça Federal da Paraíba expediu 11 mandados de busca e apreensão e dois de afastamento de cargo público. As pessoas envolvidas no esquema devem responder pelos crimes de fraude licitatória, peculato, estelionato e associação criminosa.