A escolha do “momento ideal” para a compra da casa própria costuma tirar o sono de muita gente. Mais jovens ou mais velhos, casados ou solteiros, o medo de perder a chance de um bom negócio, ficar no aluguel ou arrastar o financiamento de uma compra ruim costuma desencorajar muitos negócios.
Na visão do especialista em investimentos do Banco Ourinvest, Mauro Calil, não existe uma fase específica para pensar na aquisição de um bem tão importante, mas quanto mais cedo melhor. “Penso que todo mundo deve buscar uma casa própria, mesmo que seja pequena, numa localização não muito privilegiada”, acredita. “A conquista desse patrimônio te dá uma tranquilidade psicológica muito grande, pois você tem para onde voltar, além de poder ter uma renda extra ou usar o bem como entrada num segundo imóvel no futuro”, explica.
Atento às armadilhas
Para conquistar seu imóvel, no entanto, existem muitas maneiras, defende Calil. Uma armadilha que deve ser evitada, segundo ele, é a ideia fixa de que é ”sempre melhor comprar do que alugar”, o que é verdade se a pessoa tiver todo o dinheiro da compra em mãos, o que geralmente não acontece. Ainda mais em um momento em que os aluguéis estão em baixa e é possível negociar abatimentos.
Dentre as opções disponíveis, o especialista cita a poupança prévia, o consórcio e o financiamento. A primeira pode ter preços melhores e prazo mais demorado. O financiamento é a opção mais cara e também de longo prazo e o consórcio, no meio do caminho. Por isso, ele lembra que é preciso avaliar bem as reais necessidades da aquisição de determinado imóvel, evitando gastos desnecessários com juros muito altos.
“Você precisa muito realizar a compra desse imóvel com pressa? Por qual motivo? Já é muito mais velho e ainda mora com os pais? Paga um aluguel muito alto?”, questiona, frisando que cada um definirá suas prioridades a partir de esclarecimentos como esses.
Na ponta do lápis
A partir da ideia de que o momento ideal de cada um dependerá de sua realidade e principais urgências, o educador financeiro Silvio Bianchi, da DSOP, reforça que se não se tem todo o dinheiro para a aquisição do bem em questão, deve-se ter cautela redobrada, além de “desejáveis 50% do valor total da sua compra”, recomenda.
“Antes de fechar qualquer negócio, alinhe bem seu orçamento familiar, quanto você ganha, quais seus gastos mensais, e garanta um equilíbrio sustentável dessa conta”, diz. Passa por esse orçamento considerado ideal, segundo ele, a existência de uma reserva para emergências, que nada tem a ver com as reservas para a compra do imóvel, “para que num primeiro momento de dificuldades financeiras, o pagamento do imóvel não seja comprometido“, defende.
Por fim, não deixe de colocar na ponta do lápis todos os seus futuros gastos com a aquisição como, por exemplo, reformas e acabamentos em imóveis usados e impostos e custos de registros em cartório que, dependendo da localização do bem, podem virar uma dor de cabeça para o comprador, completa Bianchi.