O Bradesco (BOV:BBDC4) registrou um lucro líquido de R$ 4,134 bilhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 7,6% sobre o mesmo período do ano passado, em linha com as expectativas do mercado. Com o balanço, o banco informou que cortou previsões para este ano. A perspectiva de expansão da carteira de crédito passou de estabilidade a 4%, contra estimativa anterior de crescimento de 1% a 5%.
O relatório do Bradesco ressaltou ainda que a instituição ampliou sua projeção de despesas para perdas com inadimplência de clientes, dos R$ 16,5 bilhões a R$ 18,5 bilhões para os atuais R$ 18 bilhões a R$ 20 bilhões.
O resultado do trimestre foi influenciado por um caso específico de cliente. Para a Coinvalores, trata-se da empresa de sondas de exploração de petróleo Sete Brasil, fornecedora da Petrobras. Especula-se também a influência do grupo de telecomunicações Oi, que apresentou no trimestre um pedido de recuperação judicial.
O resultado foi publicado após o Bradesco ter concluído em 1º de julho a compra do HSBC Brasil, ao pagar R$ 16 bilhões, e emparelhou com o rival Itaú Unibanco na disputa pelo ranking de maior instituição financeira privada do país.
Na avaliação da Ativa Investimentos, o trimestre do Bradesco foi ruim, mas dentro do esperado pelo mercado, que contava com a elevação na inadimplência, queda na carteira de crédito, queda no lucro e elevação das despesas com devedores duvidosos. O índice de inadimplência acima de 90 dias no banco cresceu para 4,6%. No primeiro trimestre, o índice tinha sido de 4,2%, o pico em quase quatro anos, após subir pelo quinto trimestre seguido.
A corretora Coinvalores recomendou a compra de ações do banco ainda que o resultado do segundo período seja negativo. Já na visão da Ativa, o momento é de neutralidade com relação às ações do Bradesco. Para eles, a recomendação de compra segue sendo do Itaú pelo histórico de melhor execução no mercado de crédito brasileiro e pela expectativa de apresentar os melhores resultados, inclusive no longo prazo.