Hoje temos um dia de indicadores importantes, em um contexto global de alta volatilidade e bolsas sem direção. Aqui no Brasil teremos o IPCA de junho divulgado agora às 9h00 da manhã, enquanto lá nos Estados Unidos, será conhecido às 9h30 o payroll, número de postos de trabalho criados em junho.
Tivemos a divulgação do déficit orçamentário ontem a noite, com 139 bilhões de reais de descasamento em 2017. Após construir-se uma narrativa de polêmica e discussão interna, com perdas ainda mais expressivas sendo levantadas, o número parece ter sido colocado para parecer uma grande vitória. No pronunciamento, destaca-se o trecho em que Meirelles menciona que decidirão sobre aumentos nos impostos até o final de agosto, data que coincide com a conclusão do processo de Impeachment. Já nos números, a chave positiva de 55 bilhões de reais, nomeada de “esforços adicionais” também chamou atenção pela indefinição. As receitas misteriosas deverão ser melhor detalhadas mais para frente, na LDO.
Ainda no controle de gastos, foram publicadas hoje MPs em torno da revisão de benefícios de auxílio doença e aposentadoria por invalidez, visando identificar fraudes nas concessões. Também foi instituída uma compensação extra aos médicos peritos do INSS, para remunerar o esforço.
Já no Congresso, após a saída de Cunha, a Câmara já se comove em torno das novas eleições para presidente da casa. Insatisfeitos com a atual liderança, os deputados tomaram a iniciativa de antecipar a votação, o que deixou Waldir Maranhão se sentindo desprestigiado. Maranhão abordou o presidente, mas Temer prefere se manter neutro, com extremo cuidado para não perturbar sua influência na Câmara.
Após alta volatilidade no pregão de ontem, o petróleo fechou em forte baixa, empurrado por um número de estoque de petróleo americano acima do esperado, o que puxou as bolsas asiáticas também para território negativo. Na China voltam as preocupações com o setor bancário, após a divulgação de que os empréstimos em atraso já somam quase o montante de 300 bilhões de dólares em maio. Na Europa as bolsas negociam em alta, com a exceção de Londres. Futuros de índice em Nova York seguem de lado, enquanto o petróleo opera também sem força, com leve ganho.
No cenário corporativo, Pedro Parente segue fazendo o seu trabalho, visando fechar as contas na Petrobras sem pedir ajuda para o irmão mais velho. A empresa confirmou captação de mais 3 bilhões de dólares em dívida com prazos de 5 e 10 anos, pagando 7,75% e 8,75%. A CVM vai adicionar as novas emissões à séries já existentes, encurtando o tempo das burocracias. A conclusão da operação está prevista para quarta feira dia 13 e os recursos serão utilizados para recomprar outras emissões mais caras. No Brasil, as grandes empresas e bancos vem se aproveitando do momento de leve recuperação no CDS brasileiro para emitir. De maio pra hoje, foram 13,5 bilhões de dólares, com destaque para a Suzano, que anunciou captação de 500 milhões de dólares ontem a tarde.
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