Hoje temos uma agenda externa bem movimentada, que poderá influenciar no desempenho aqui e lá fora, que até o momento vem acumulando leve baixa no dia.
Após a vitória de Rodrigo Maia, o congresso entra em recesso e as votações serão retomadas somente em agosto. Entre as medidas postergadas, temos a votação do déficit fiscal de 2017 tanto na CMO quanto nas casas e a cassação de Eduardo Cunha. Ficam também para agosto as decisões em torno de aumentos de impostos. A comoção política não consegue, entretanto, frear a bolsa, que teve sua sétima alta consecutiva ontem, ultrapassando os 55 mil pontos, no maior patamar desde maio de 2015. Dólar e juros seguiram em tendência de queda, mesmo com o usual leilão de 500 milhões de dólares em swaps pelo Banco Central, que deverá ocorrer novamente na manhã de hoje. A expectativa para a próxima reunião do Copom é de manutenção, em linha com o tom mais conservador dos últimos pronunciamentos de Ilan.
Ainda no Brasil, tivemos Moro dando palestra no exterior, afirmando que sua participação na Lava-Jato pode estar perto do fim. Segundo ele, a maioria das empresas envolvidas nos processos sob sua responsabilidade já foi acusada ou julgada e, a menos que surjam novas provas, a investigação poderá ser encerrada em poucos meses. Entretanto, os processos contra políticos continuarão em andamento no STF, onde o ritmo de análise dos casos é mais lento. No caso do Mensalão, por exemplo, demorou seis anos para os processos irem da acusação para o julgamento. Finalizando, Moro critica o foro privilegiado, alegando que o volume de processos é muito grande e que o propósito da casa era tratar de questões constitucionais, não do julgamento dos políticos.
Lá fora tivemos expansão monetária na China, após o número de crédito surpreender os analistas, com 280 bilhões de yuans em novos empréstimos acima do esperado. A base M2 cresceu 11,8% no ano contra 11,45% esperados e o PIB também surpreendeu, acumulando 6,7% no ano contra 6,6% esperados. Na China as bolsas fecharam de lado, o Japão terminou o pregão positivo em 0,7% acumulando alta histórica na semana, enquanto o governo desenvolve pacote de estímulos para a economia. Nos Estados Unidos destaque para a inflação ao consumidor, vendas no varejo e produção industrial. Até o momento os futuros de índice em Nova York operam de lado, bolsas europeias registram leve queda e o petróleo segue também caindo.
No cenário corporativo, a Petrobras afirmou que aceita compartilhar o controle da BR distribuidora na venda, atraindo a atenção dos investidores. Além dos fundos Advent e GP, e da estrangeira Vitol, o grupo Ultra e a canadense Brookfield se interessaram pelo ativo, avaliado em 30 bilhões de reais. A Liquigás também está atraindo a atenção, e o Itaú BBA foi contratado para avaliar as ofertas para o ativo, cujo valor estimado é de 1,5 bilhão de reais. As maiores interessadas são hoje grandes players no setor, levantando novamente preocupações de concentração de mercado. Parente admite que até o momento o plano de desinvestimento tem andado a passos tímidos, e pretende arrecadar 14 bilhões de dólares com vendas ainda este ano.
AGENDA
- 08h00 FGV: IGP-10 – Julho
- 09h30 EUA: Índice de Preços ao Consumidor (CPI) – Junho
- 09h30 EUA/Fed NY: índice de atividade industrial Empire State – Julho
- 09h30 EUA: vendas no varejo – Junho
- 10h15 EUA: produção industrial – Junho
- 11h00 EUA/Univ. Michigan: índice de sentimento do consumidor (preliminar) – Julho
- 11h00 EUA: estoques das empresas – Maio
- 11h00 Fiesp: Índice de Nível de Emprego – Junho
- 14h00 CNI: Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) – Julho
- 14h00 EUA/Baker Hughes: poços e plataformas em atividade
- 14h00 EUA: presidente do Fed de São Francisco, John Williams, discursa em evento fechado
- 14h15 EUA: presidentes do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, e de St. Louis, James Bullard, participam de debate
- 19h30 EUA: presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, participa de evento
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