Você já pensou em viver de rendimentos de aplicações financeiras? Quer fazer o dinheiro trabalhar por você?
Neste post, você vai aprender a determinar o quanto é necessário ter aplicado para fazer uma retirada mensal perpétua, mantendo o seu capital investido.
Para facilitar, vamos usar o exemplo de alguém que busque ter, todos os meses, R$ 4 mil como rendimento originado por um investimento. A primeira coisa a descobrir é qual o capital necessário para fazer esses saques, sem que o valor investido desapareça ao longo do tempo.
Como fazer o cálculo?
Para sacar R$ 4 mil mensalmente por vários anos é preciso acumular um capital entre R$ 480 mil e R$ 1,2 milhão, aplicado em uma carteira diversificada que contemple liquidez, baixo risco e maximize o retorno.
Mas como se chega nesse valor? Ou melhor, como se chega no valor necessário a ser acumulado para uma determinada retirada mensal, seja R$ 4 mil ou outro valor qualquer?
Para fazer essa conta, além de estipular a renda mensal desejada, é necessário saber qual a rentabilidade estimada por ano.
A fórmula é simples. A renda mensal deve ser multiplicada por 12, e o resultado deve ser dividido pela rentabilidade anual estimada:
Aplicação Inicial = (Renda Desejada x 12) / Rentabilidade Anual Estimada
Em Matemática Financeira, essa é a fórmula usada para calcular o valor presente de uma perpetuidade, ou seja, o valor presente de um fluxo de pagamentos infinitos, sem limite de tempo. Que é o caso do nosso rendimento mensal.
Tomando, então, o exemplo de renda desejada de R$ 4 mil por mês, qual seria a aplicação inicial, estimando um retorno de 4% ao ano?
Aplicação Inicial = (4.000 x 12)/0,04
A resposta é R$ 1.200.000. Assim sendo, para obter a renda mensal de R$ 4 mil, considerando-se rentabilidade de 4% ao ano, o investidor precisa já ter acumulado esse capital.
Mas por que 4% ao ano?
A rentabilidade de 4% ao ano é o resultado da média do retorno dos investimentos conservadores nos últimos 10 anos, que foi de 10% ao ano, menos a média da inflação no mesmo período, a qual foi de 6% ao ano. Dessa forma 4% ao ano é o retorno real (sem o efeito da inflação) representativo do nosso mercado na janela de tempo referenciada.
Perceba que a taxa de retorno e o valor da aplicação inicial são inversamente proporcionais. Quanto menor a taxa de retorno empregada no cálculo, maior será o valor inicial necessário. E vice-versa.
Se utilizarmos 10% ao ano, por exemplo, o valor inicial necessário cairia para R$ 480.000. No entanto, utilizando essa taxa de 10% ao ano, a inflação não estaria sendo levada em conta, e o dinheiro muito provavelmente vai acabar antes do esperado. Ser cauteloso na estimativa da rentabilidade nominal garantirá o fluxo de renda por mais tempo.
Nos últimos três anos, a média de rentabilidade dos investimentos menos arriscados subiu, pois a Selic (taxa básica de juros) vem sendo mantida pelo Banco Central em um patamar elevado (acima de 10%). No entanto, a inflação subiu também, e considerar 4% ao ano como retorno real líquido ainda é pertinente.
Estimativa conservadora
Como vimos, utilizar 4% ao ano como taxa para calcular o valor necessário para obter uma renda mensal é uma atitude bem conservadora, mas resulta em maior esforço inicial.
Há profissionais que preferem trabalhar com taxa ainda menor, de 2% ou 3% ao ano, devido ao histórico de inflação alta no Brasil e também para provisionar a incidência de impostos.
Maximizar os rendimentos
Por outro lado, é possível também utilizar uma taxa intermediária, como 6% ao ano, diversificando os investimentos e buscando um retorno médio anual mais elevado, como aplicando em títulos que pagam 120% do CDI.
Isso porque, com o CDI médio anual de 10% ao ano (média dos últimos 10 anos), é possível alcançar um retorno de 12% ao ano. Descontando a inflação de 6% ao ano, chega-se à rentabilidade de 6%.
Nesse caso, você vai precisar ter R$ 800 mil de capital acumulado para gerar a renda mensal de R$ 4 mil.
Como aplicar?
O investidor que acumulou a reserva necessária para viver de renda deve manter o dinheiro aplicado em renda fixa, diversificando com títulos públicos e privados e também em fundos de renda fixa, de forma a minimizar o risco de mercado e de crédito e maximizar o retorno.
Escolha títulos pré, pós-fixados e atrelados à inflação, com vencimentos de curto, médio e longo prazo, e fundos com prazos de resgates curtos, de onde serão retirados os valores mensais.
Conforme os títulos vão vencendo, devem ser renovados, mas sempre de acordo com as oportunidades do mercado. Algumas vezes, parte do dinheiro deve migrar para os fundos, para abastecê-los e garantir a liquidez.
O capital inicial
Como vimos, não é difícil viver de renda quando já se tem um capital inicial acumulado. Basta se planejar e investir corretamente, de acordo com seus objetivos.
Muitas vezes, o que parece difícil é conseguir acumular esse capital inicial. Por isso, se você ainda não juntou o suficiente, não perca tempo. Entre na plataforma da Órama e descubra o melhor investimento para você fazer seu dinheiro engordar. Você também pode simular o investimento ideal para o seu objetivo.
Até a próxima
Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama