Crescimento econômico da China ultrapassa as estimativas no segundo trimestre de 2016. Entretanto, os gastos do governo aumentaram e os investimentos oriundos de empresas privadas apresentaram queda este ano.
Os investidores que acompanham as notícias do mercado financeiro asiático foram comunicados sobre o crescimento acima da média do PIB (Produto Interno Bruto) chinês. Dados divulgados hoje, 15 de julho, apresentam aumento de 6,7% no segundo trimestre do ano.
As informações foram colocadas em comparação ao mesmo período de 2015 e indicam a manutenção do ritmo de alta desde a última medição. Contudo, mesmo com números acima do previsto, o crescimento nesses três meses foi o menor desde o primeiro trimestre de 2009. Na comparação entre os períodos averiguados este ano, o PIB aumentou 1,8%. Já em 2009, a economia da China se ampliou em 6,2%.
Quem estuda as tendências através da análise técnica de ações viu que a novidade sobre a segunda maior economia do mundo movimentou o mercado esta semana. A divulgação da pesquisa não afetou fortemente o Xangai Composto, que apresentou alta de 0,01%. Porém, o Hang Seng subiu 0,46% em Hong Kong e o Kospi da Coreia do Sul se valorizou em 0,42%. Já na Oceania, a Bolsa de Sydney fechou com alta de 0,33%.
O mercado japonês, por sua vez, também sentiu a influência dos dados chineses. O iene se desvalorizou em relação ao dólar e o euro após a divulgação dos dados. No início da manhã, a moeda norte-americana demonstrou alta em relação ao dia de ontem, chegando a 105,74 ienes hoje.
Apesar dos números positivos, investidores permanecem receosos quanto à possibilidade de recessão em escala global. As consequências ainda pouco palpáveis da ruptura do Reino Unido com a União Europeia e o crescimento da dívida do governo chinês continuam deixando o mercado em alerta.
Produção industrial em alta
As informações divulgadas também abrangeram outros setores. O consumo foi um dos responsáveis por impulsionar o crescimento chinês, correspondendo a 73,4% no primeiro semestre. No ramo da indústria e de vendas em varejo o mercado chinês também teve boas notícias.
A produção industrial avançou 6,2% em junho se comparado ao mesmo mês de 2015. O crescimento da indústria de valor agregado ultrapassou a estimativa que era de 5,9%. O avanço de 10,6% das vendas no varejo também superou a expectativa do mercado, que era de 9,9%. O índice é proveniente da comparação com o mesmo período do ano passado.
Na siderurgia, a produção de aço média por dia bateu recordes em junho. Foram mais de 2,3 milhões de toneladas de aço produzidas no último mês. O aumento foi alavancado pela valorização de preços e pela demanda contínua. As exportações de aço também foram bem cotadas. Em junho, as exportações chegaram a quase 11 milhões de toneladas de aço, o segundo maior nível já registrado até então.
Bancos oferecem mais empréstimos
Os bancos da China disponibilizaram 1,38 trilhão de yuans para empréstimos no último mês, o que corresponde a US$ 206,5 bilhões. De acordo com o Banco do Povo da China (PBoC), o número foi maior do que o esperado para junho, de 1,1 trilhão de yuans. Também superou o volume liberado de 985,5 bilhões de yuans para novos empréstimos em maio.
Apesar do reforço nos estímulos para a economia, os gastos do governo chinês subiram 20% no último mês. No setor privado, os investimentos feitos por empresas atingiram patamar mínimo recorde nos seis primeiros meses deste ano.
A notícia é alarmante, já que o setor privado é responsável por mais de 60% dos investimentos totais e por 80% dos postos de trabalho na China. Essa desaceleração fez com que o mercado de ações ficasse temeroso já que esse crescimento chinês pode estar vinculado a um aumento de gastos e ao agravamento da dívida do governo.
Autoria: Ana Cláudia Inez, é graduada em Relações Públicas e mestre em Processos Comunicacionais. Atua como analista de comunicação e relacionamento com parceiros da Toro Radar em todo o país.