BTG vê alta maior da bolsa com impeachment e reformas e indica seis papéis

Por acreditar em uma retomada do crescimento econômico brasileiro nos próximos meses, o BTG Pactual reforçou, em relatório, sua avaliação de “acima da média do mercado” para o país. O banco indicou a “compra” de seis papéis: Itaú Unibanco, BM&FBovespa, Cosan, Gerdau, Localiza e BR Malls.

Para os analistas Carlos Sequeira, Antonio Junqueira, Gordon Lee, Alonso Aramburu e Cesar Perez-Novoa, há espaço para a aprovação de reformas constitucionais e para um recuo das taxas de juros no país, fatos que devem ajudar a firmar um caminho de recuperação na economia.

Além disso, a proximidade da votação final sobre o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e as discussões para aprovar um teto para os gastos públicos funcionarão como gatilhos de mercado. Segundo o texto, o fim de agosto será bastante importante do ponto de vista político.

Empresas

O Itaú Unibanco é apontado pelo BTG como um dos principais beneficiários de uma melhoria do cenário no Brasil. Otimista, o banco de investimentos espera uma maior consolidação do Itaú no futuro. No caso da Cosan, a expectativa é de que suas ações continuem em alta, beneficiados também pela elevação dos preços do açúcar no mercado internacional e pela retomada da economia e do consumo de combustíveis. Dos segmentos de energia e infraestrutura, a Cosan realizou pagamentos consistentes em dividendos apesar da economia fraca. Localiza, por sua vez, foi vista como um ativo de “boa qualidade”, que deve continuar sendo beneficiado pelo ambiente de redução das taxas de longo prazo.

Ainda entre as ações queridinhas do BTG, Bovespa foi recomendada como porta de entrada de um eventual maciço crescimento do interesse pelo país. Enquanto as principais companhias brasileiras deverão avançar, as receitas da bolsa também crescerão. E, para completar, os analistas viram como muito positivo a fusão com a integradora do mercado Cetip. Para além das potenciais sinergias, a nova empresa se tornará uma ”fornecedora de soluções” para as áreas internas dos bancos e mesas de tesouraria.

A operadora de shoppings BR Malls foi citada no relatório como potencial beneficiada na redução das taxas de juros e desvalorização da moeda, apoiada nos dados do setor de shoppings que mostraram alguma resistência ao cenário macro desafiador, com alta taxa de ocupação, crescimento em mesmas lojas e taxas de inadimplência um pouco acima dos níveis históricos. Por fim, Gerdau foi a escolhida do BTG no setor siderúrgico, de olho na redução de sua alavancagem e um plano de desinvestimento possível.