Às 11h45, o Índice Bovespa recuava 1,11%, para 58.441 pontos, com perdas significativas dos papéis da Vale e da Petrobras. As ações ordinárias (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto) da petroleira brasileira perdiam (BOV:PETR3) 2,72% e (BOV:PETR4) 2,03%, com o petróleo amargando queda de quase 3% no exterior.
A fraqueza das bolsas estrangeiras parecia contagiar a Vale, que apesar da valorização de 0,46% do minério de ferro na China, para US$ 61,23 a tonelada, também registrava perdas de 2,52% das ações (BOV:VALE3) e 2,29% nas (BOV:VALE5).
Entre as instituições financeiras, Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) caía 1,02%, Bradesco (BOV:BBDC4), 1,29%, Banco do Brasil (BOV:BBAS3), 2,50%, e as units (recibos de ações) do Santander (BOV:SANB11) 0,96%. Segundo reportagem da Bloomberg, os bancos locais estão “cobrando mais por serviços básicos para ajudar a cobrir perdas com empréstimos ruins”.
No quadro político nacional, essa semana trará o início do julgamento final do impedimento da presidente afastada Dilma Rousseff, considerada pelo mercado uma etapa essencial para que a economia volte a crescer. Em entrevista concedida ao SBT nessa madrugada, Dilma disse que não dará sua renúncia de presente aos seus inimigos políticos. Na semana, entre as votações mais importantes do Senado, também estão a Proposta de Emenda à Constituição da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que libera 30% do orçamento para ser utilizado livremente pelo governo, sem vinculação a rubricas específicas.
Como notícia negativa para o setor de energia, “autoridades do governo já admitem a possibilidade de terem que acionar novamente a bandeira amarela, diante do cenário de forte seca que assola o país”, citou a consultoria Lopes Filho em relatório. A bandeira está verde desde abril, sem custos adicionais ao consumidor. Se a bandeira amarela for retomada, os preços da energia poderão subir até 2%. Cemig (BOV:CMIG4) caía 1,65%, como CPFL Energia (BOV:CPFE3) 0,73%.
CSN puxa perdas do Ibovespa e Kroton ganha quase 2%
No horário, CSN (BOV:CSNA3) liderava as baixas do Ibovespa com baixa de 3,27%, acompanhada por Petrobras (BOV:PETR3), Vale (BOV:VALE3), e Bradespar (BOV:BRAP4), 2,74%. De acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, a CSN reajustou na semana passada seu prazo de pagamento de fornecedores, de 30 para 120 dias. Além disso, a siderúrgica refletia a queda de 6% da produção brasileira de aço bruto em julho, ante o mesmo mês de 2015. Já as maiores altas do indicador ficavam com Kroton (BOV:KROT3), 1,82%, Estácio (BOV:ESTC3), 1,01%, e Lojas Renner (BOV:LREN3), 0,94%.
Exterior opera fraco; petróleo recua quase 3%
Pela manhã, os americanos viam o Dow Jones perder 0,35%, o S&P 500, 0,33%, e o índice da Nasdaq, 0,14%. Ontem, o vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) Stanley Fischer admitiu chance de alta dos juros do país ainda este ano, o que pode melhorar a situação da moeda americana no mercado internacional. Por lá, os investidores também repercutiam a compra bilionária da farmacêutica Pfizer pela biotecnológica Medivation por US$ 14 bilhões.
Em ritmo parecido, na Europa, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos da região, caía 0,49%, o britânico Financial Times, 0,57%, o francês CAC, 0,40%, e o alemão DAX, 0,71%. Em um dia de poucos indicadores econômicos lá fora, o principal destaque ficava com a forte desvalorização do petróleo. O WTI, negociado em Nova York, perdia 2,74%, para US$ 47,19, e o Brent, de Londres, marcava queda de 2,93%, para US$ 49,39.
Juros sobem e dólar ensaia avanço
Nesse início de semana, os juros futuros válidos até janeiro de 2017 subiam de 13980% ao ano par 13,985%. Para 2018, as projeções passavam de 12,69% para 12,70%, assim como as taxas com vencimento em 2021, que avançavam de 11,87% para 11,89%. Hoje, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) informaram uma melhora das suas projeções de crescimento da economia brasileira para o ano que vem, de 1,1% para 1,2%.
Enquanto isso, no mercado de câmbio, o BC mantinha sua estratégia de leilão de até 10 mil contratos de swap cambial reverso, de US$ 500 milhões. O dólar comercial praticamente ignorava a intervenção da autoridade monetária, com alta de apenas 0,06%, para R$ 3,21 na venda, seguido pelo dólar turismo, que subia 0,15%, sendo vendido a R$ 3,36.