O dólar voltou a fechar em queda, após permanecer bastante instável durante todo o pregão desta sexta-feira. Pela manhã, a moeda norte-americana subiu influenciada pela divulgação da última taxa de inflação nos Estados Unidos, que subiu acima do esperado, sinalizando para uma possível alta dos juros na próxima semana. No entanto, a divisa passou a cair após declaração do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, de que há menos espaço para reduzir o estoque de swaps cambiais tradicionais.

Dólar Hoje

O dólar caiu 1,02% ante o real nesta sexta-feira, 16 de setembro de 2016, negociado a R$ 3,2673 para compra e a R$ 3,2680 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,2665 (valor mínimo) e R$ 3,3119 (valor máximo).

Dólar em Setembro

No mês setembro, após onze pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 1,20%. São sete pregões de alta contra quatro de baixa. No último pregão de agosto, o dólar fechou cotado a R$ 3,2281 para compra e a R$ 3,2293 para venda.

Dólar em 2016

Em 2016, após cento e setenta e oito pregões, o dólar acumula uma queda de 17,22% ante o real. São oitenta e um pregões de alta contra noventa e sete de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

Cenário Internacional

O dólar continuou sendo influenciado pela expectativa de alta de juros nos Estados Unidos. O Fed (Federal Reserve), banco central norte-americano, se reúne na semana que vem para mais uma decisão.

Hoje os investidores ficaram atentos à divulgação de dados sobre a economia norte-americana. A inflação no país ficou acima do esperado. O índice de preços ao consumidor nos EUA subiu 0,2% no mês passado, após ficar estável em julho; a expectativa era de avanço de 0,1%. Esses números poderiam indicar que há espaço para o Fed subir os juros na próxima semana.

Isso preocupa investidores, pois juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil. Isso tiraria dólares daqui.

Cenário Nacional

No Brasil, o dólar foi influenciado pelo otimismo em relação ao cenário político. Investidores viram com bons olhos o apoio do chamado centrão – grupo que reúne aproximadamente 200 deputados – ao governo para aprovar medidas de ajustes das contas públicas.

O mercado financeiro também ficou animado com a notícia de que o presidente Michel Temer decidiu vetar integralmente o projeto de lei que dava reajuste de 60% aos defensores públicos da União.

A entrada de recursos externos no país também puxou a queda do dólar. Com maior oferta da moeda, o preço tende a cair.

Banco Central 

O Banco Central brasileiro atuou no mercado de câmbio nesta sexta-feira. No entanto, assim como nas duas últimas sessões, reduziu pela metade sua oferta de contratos de swap cambial reverso (equivalentes à compra futura de dólares). O BC ofertou 5.000 contratos nesta sessão e todos foram vendidos.

O BC vinha ofertando 10 mil swaps por sessão.

É um sinal de que o BC está reconhecendo o risco de o dólar entrar em trajetória de alta por causa do Fed e eleições, e já está se adequando à medida que o cenário para a moeda está se alterando.

Investidores também ficaram de olho na entrevista do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, à agência de notícias Reuters.

O mercado de câmbio entendeu que o presidente do BC deu sinais de que pode reduzir as intervenções no mercado de câmbio. Isso significaria espaço para uma queda do dólar.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 16 de Setembro de 2016