Dólar caiu forte nesta terça-feira, voltando a ser negociado a R$ 3,10 depois de 15 meses

O dólar fechou em forte queda pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira, recuando ao patamar de R$ 3,10 depois de quinze meses. A nova queda no preço da moeda norte-americana influenciado por fluxos de ingresso de recursos externos, que ofuscaram os movimentos pontuais de compra vistos pela manhã diante das baixas cotações da divisa.

Dólar Hoje

O dólar caiu 0,46% ante o real nesta terça-feira, 25 de outubro de 2016, negociado a R$ 3,1050 para compra e a R$ 3,1065 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,1019 (valor mínimo) e R$ 3,1339 (valor máximo). Com isso, o dólar se mantém no menor nível desde 2 de julho de 2015, quando havia fechado a R$ 3,096.

Dólar em Outubro

No mês outubro, após dezesseis pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 4,47%. São onze pregões de baixa contra cinco de alta. No último pregão de setembro, o dólar fechou cotado a R$ 3,2504 para compra e a R$ 3,2517 para venda.

Dólar em 2016

Em 2016, após duzentos e quatro pregões, o dólar acumula uma queda de 21,31% ante o real. São noventa e um pregões de alta contra cento e treze de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

Cenário Internacional

O dia foi de pouca influência do cenário internacional sobre o mercado de câmbio brasileiro.

Cenário Nacional

A queda do dólar foi influenciada pela entrada de recursos no país. Com a maior oferta da moeda, o preço tende a cair.

Segundo o último balanço divulgado pela Receita Federal, até a manhã de segunda-feira, havia sido registrado o pagamento de R$ 33,1 bilhões em impostos e multas decorrentes da regularização de R$ 110,5 bilhões mantidos no exterior.

Os brasileiros gastaram US$ 1,294 bilhão em viagens internacionais em setembro, um aumento de 2,7% em relação a setembro do ano passado (US$ 1,26 bilhão). Foi o segundo mês seguido de alta.

No acumulado do ano, porém, os gastos no exterior foram de US$ 10,48 bilhões, queda de 25,9% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 14,139 bilhões).

Os investidores também ficaram de olho no Congresso, já que hoje a Câmara dos Deputados vota em segundo turno a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita o crescimento dos gastos públicos.

Essa é a principal medida do atual governo para tentar equilibrar as contas públicas.

Além disso, o mercado analisou a Ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada nesta terça-feira. No documento, o Banco Central afirmou que há sinais recentes de pausa no processo de desaceleração da inflação dos serviços.

A pausa pode fazer com que a inflação demore mais para chegar à meta de 4,5%, fazendo com que o corte na taxa básica de juros, a Taxa Selic, seja mais lento.

Banco Central 

A queda do dólar, no entanto, foi contida pelo anúncio, feito na noite passada pelo Banco Central (BC), de que não vai rolar integralmente os swaps tradicionais – equivalente à venda futura de dólares – com vencimento em 1º de novembro.

Segundo a assessoria de imprensa do BC, tinham sido compensados até a véspera 50 mil contratos desses swaps, equivalente a US$ 2,5 bilhões, mas ainda restavam cerca de US$ 3,150 bilhões (63 mil contratos).

No entanto, o BC fez leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares. O BC vendeu o lote integral de 5.000 contratos. O BC pode diminuir uma parte desses contratos nos próximos leilões de swap reverso ou até mesmo se concentrar em outros vencimentos.

Cotação do Dólar Comercial em 25 de Outubro de 2016