A 22ª Conferência Mundial Sobre o Clima (COP 22) chega ao fim hoje (18), no Marrocos, com a assinatura da Proclamação de Marrakech, uma declaração sobre o que os países signatários consideram prioritário para tentar conter o aquecimento global nos próximos anos.
“O clima está se aquecendo a um ritmo alarmante e sem precedentes e nós temos o dever de responder urgentemente [ao problema]”, aponta o documento já em suas primeiras linhas.
Além de apontar a urgência de ações concretas e coordenadas e apelar para que as nações se comprometam com o enfrentamento às mudanças climáticas, a Proclamação de Marrakech invoca a necessidade de que seja reforçada a ajuda aos países em desenvolvimento e às nações mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.
“Apelamos a uma forte solidariedade para com os países mais vulneráveis […] e que todos reforcem e apoiem os esforços para erradicar a pobreza, garantir a segurança alimentar e tomar medidas rigorosas para lidar com os desafios da mudança climática na agricultura”, diz o texto.
Os signatários do documento apontam também a necessidade de ampliar os volumes e o fluxo de recursos financeiros destinados a custear o desenvolvimento e a implementação de projetos que beneficiem o clima. Nesse aspecto, os países desenvolvidos reafirmam o compromisso de, juntos, destinar US$ 100 bilhões a título de ajuda financeira para os países pobres.
“A Conferência de Marrakech marca um importante ponto de inflexão no compromisso de reunir toda a comunidade internacional para enfrentar um dos maiores desafios do nosso tempo”, conclui o documento, que explicita o compromisso de todos os “chefes de Estado, de governo, e delegações reunidas em Marrakech” com a implementação do Acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015, por ocasião da COP 21, na capital da França.
“Esse impulso é irreversível e está sendo conduzido não só pelos governos, mas também pela comunidade científica, empresarial e pela sociedade civil organizada”, ressalta o texto.
No meio da tarde, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que chefiou a delegação brasileira na conferência se reuniu com o negociador-chefe da delegação brasileira, embaixador José Antônio Marcondes, e assessores, para avaliar as discussões e conclusões do evento. Um informe com a avaliação oficial do governo brasileiro será divulgado ainda hoje.