Em novembro, segundo os dados do Banco Central, o estoque de crédito do sistema financeiro nacional recuou 2,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, para R$ 3,1 trilhões, ante -2% em outubro. Com isso, o crédito como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 49,7% em outubro para 49,5% em novembro.
Segundo a MCM Consultores, houve estabilidade da participação dos bancos públicos no total (56,2%), sendo que tanto bancos públicos como privados contribuíram para a queda no mês.
Fonte: MCM Consultores
Os dados de novembro, avalia a MCM, reforçam o diagnóstico dos meses anteriores para o mercado de crédito: não há evidências de recuperação dos empréstimos, sendo que, no caso das empresas, a desaceleração parece ser ainda mais intensa. Ainda assim, e a despeito da expressiva piora do mercado de trabalho e deterioração da atividade, a taxa de inadimplência segue controlada, devido ao movimento de renegociação de dívidas.
Pacote de crédito pode reduzir inadimplência
Já a Rosenberg Associados vê sinais mais animadores, que podem indicar uma reversão. Segundo a consultoria, depois de m processo de desalavancagem tão forte, é natural que o mercado de crédito começa a encontrar novos níveis e mostrar indícios de recuperação, ajudado pela expectativa de queda de 3,5 pontos nos juros básicos em 2017. A consultoria vê o mercado de crédito caminhando para taxas mais amenas de queda e rumando para o crescimento, que pode começar no segundo trimestre do ano que vem.
A consultoria avalia também que o pacote de medidas anunciado nesta semana pelo governo poderá beneficiar o crédito, direta ou indiretamente, ao longo de 2017. A redução dos juros do crédito rotativo do cartão, por exemplo, pode melhorar o perfil do crédito, a liberação do FGTS de contas inativas deve reduzir a inadimplência e as medidas para desburocratizar o compulsório poderão ter efeitos via redução de custos bancários. Mas o principal fator para melhorar os empréstimos em 2017 deve vir da redução dos juros, e seu impacto pode ser antecipado pelo corte que o BC vai aplicar neste início de ano na Selic.
Fonte: MCM Consultores
O saldo de crédito às famílias desacelerou novamente, de 3,3% de crescimento em novembro do ano passado para 3,2% neste ano, devido tanto ao crédito com recursos livres (de 0,8% para 0,7%, puxado pelo menor crescimento do cartão de crédito rotativo) como com recursos direcionados (de 6,3% para 6,1%). Em termos reais, houve queda de 5,8% do crédito livre sobre novembro do ano passado (ante -6,6% em outubro) e de 0,9% no direcionado (ante -1,5% em outubro).
Concessões recuam em novembro
As concessões de crédito no conceito média diária real tiveram queda de 2,0% na comparação anual no crédito livre (contra crescimento de 0,7% em outubro), e de 8,2% no direcionado (ante -17,6% no mês anterior). Na série livre de influências sazonais, as concessões de crédito livre recuaram 1,7% em relação ao mês anterior, devido em maior parte às modalidades cheque especial, cartão de crédito rotativo e crédito renegociado. No crédito direcionado, a elevação de 8,2% na mesma base de comparação se deveu ao crédito rural e aos financiamentos imobiliários.
Inadimplência diminui
A inadimplência das famílias recuou de 4,2% para 4,1% no mês, com recuo tanto no crédito livre (de 6,2% para 6,1%) como no direcionado (de 2,0% para 1,9%). O spread médio das operações às famílias se reduziu de 33,3% para 33,1%, com diminuições tanto em livres como direcionados.
Crédito para empresas cai mais, 7,2% sobre 2015
O saldo de crédito às empresas acelerou a queda, de -6,8% para -7,2% na comparação anual entre outubro e novembro. A aceleração se deve tanto ao crédito com recursos livres (de -8,1% para -8,9%, devido a capital de giro, ACC e outros) como com recursos direcionados (de -5,5% para -5,7%). Em termos reais, houve queda de 14,9% sobre o ano passado das operações com recursos livres (ante -14,8% em outubro) e de 11,8% do crédito com recursos direcionados (ante -12,4% em outubro).
Concessões para empresas caem 17,5% em livres e 32,4% em direcionados
As concessões de crédito para empresas no conceito média diária real tiveram quedas de 17,5% na carteira de recursos livres (mesma taxa do mês anterior) e de 32,4% na carteira de recursos direcionados (ante -43,3% em outubro). Na série com ajuste sazonal, houve queda de 1,7% das concessões de recursos livres em relação ao mês anterior, mas elevação de 7,2% sobre o mês anterior das concessões com recursos direcionados, puxadas sobretudo pelo crédito rural.
Inadimplência e spread caem
A taxa de inadimplência das empresas recuou de 3,6% para 3,5%, com a redução na carteira de recursos livres (-0,2 ponto percentual, para 5,4%). Houve estabilidade na carteira de direcionados (em 1,8%). O spread bancário, diferença entre o que o banco paga pelo dinheiro na captação e a taxa dos empréstimos, caiu 0,8 ponto percentual, para 11,6%, tanto com recursos livres como com direcionados.
Fonte: MCM Consultores
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