A forte queda do PIB em 2016 (-3,6%) e os números do quarto trimestre mostram que a economia brasileira pode ter chegado a um ponto de inflexão no primeiro trimestre de 2017 e deve apontar sinais mais claros de recuperação a partir do segundo semestre do ano, avalia o Goldman Sachs em uma análise publicada nesta terça-feira (7).
“No entanto, um mercado de trabalho muito fraco e ainda altos níveis de endividamento doméstico e corporativo devem limitar a força da recuperação. Finalmente, a chave para apoiar o sentimento e a recuperação prevista será a aprovação de uma forte reforma da previdência social no Congresso e sinais claros de progresso rumo à consolidação fiscal nos níveis federal e estadual”, ressalta o economista-chefe para América Latina, Alberto Ramos.
Taxa de poupança
Segundo o economista, um dos pontos que mais saltam aos olhos sobre os números divulgados elo IBGE é a pequena taxa de poupança e a dramática queda dos últimos anos. Em relação ao PIB, esta variável despencou de próximo a 16% em 2014 para 13,9% em 2016.
“Esses números apontam para a urgência de aprofundar o ajuste fiscal elevando a taxa de poupança do setor público (o que idealmente deveria envolver cortes mais profundos no consumo público)”, afirma Ramos.