Dados parciais do primeiro turno da eleição presidencial na França, com 96% dos votos apurados, indicam a vitória do ex-ministro da Economia e candidato de centro Emmanuel Macron, com 23,9% da preferência dos eleitores. Em seguida vem a candidata de extrema-direita, Mariane Le Pen, com 21,4%, um resultado que deve trazer alívio para os mercados, que temiam uma vitória com folga da candidata da Frente Nacional e inimiga declarada da União Europeia. Mesmo assim, o resultado confirma a força dos descontentes com a atual situação econômica e política na Europa, como já ocorreu na vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e com a saída do Reino Unido da União Europeia.
Portanto, a ida de Marine Le Pen para o segundo turno, a ser decidido em 7 de maio, ainda representa um risco para o euro, já que a saída da França, a segunda maior economia da região, feriria de morte a União Europeia.
O candidato François Fillon, do conservador Partido Republicano, já anunciou que deve apoiar Macron, até por não ter alternativa para evitar a vitória da extrema-direita. Fillon, que perdeu apoio depois de denúncias de ter empregado a mulher e os filhos como funcionários fantasmas em seu gabinete, ficou com 19,9% dos votos, que devem reformar a candidatura de Macron. O candidato de centro deve receber o apoio também de parte da esquerda, já que o candidato socialista Jean-Luc Melenchon conseguiu apenas o quarto lugar, com 19,5% dos votos.
A votação ocorreu em um ambiente de nervosismo após um atentado em plena Champs Elysées, avenida símbolo de Paris, ter deixado um policial e o terrorista morto na quinta-feira. O nervosismo deve continuar nas próximas semanas, já que a França tem sido alvo de vários atentados terroristas desde o ano passado.
A vantagem de Macron acalmou os mercados e provocou a alta do euro nos mercados asiáticos. A expectativa agora é como será a reação dos franceses à polarização entre o candidato de centro, ex-executivo de banco de investimento e defensor da União Europeia e de políticas liberais e o discurso populista, nacionalista e xenófobo de Marine Le Pen, que atrai os desempregados e os preocupados com a insegurança e o terrorismo no país.
Com informações da Agência Brasil e agências internacionais.